Princípio de patriotas a governar Hong Kong vai ter impacto em Macau

por Filipa Rodrigues
Johnson Chao com agências

O académico e analista político Sonny Lo admitiu que a ênfase colocada por Pequim no princípio “patriotas a governar Hong Kong” para concretizar a política “um país, dois sistemas”, vai acabar por ter impacto também em Macau

O analista comentava ao PLATAFORMA declarações recentes do diretor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, nas quais Xia Baolong abordou questões relacionadas com patriotismo, a governação de Hong Kong e o príncipio “um país, dois sistemas”.

“Embora a estrutura de governação de Macau tenha sido sempre composta por patriotas, as nomeações relevantes serão rigorosamente revistas do ponto de vista do patriotismo”, previu Sonny Lo.

Lembrou, contudo, que Macau já deu exemplos no passado, com patriotas a participaram nas eleições e acredita que isso “não irá mudar”.

Contudo, admitiu que a Comissão Eleitoral pode vir a selecionar candidatos com critérios mais rigorosos, incluindo, nomeadamente observações sobre as manifestações de Hong Kong em 2019.

O comentador e analista Eilo Yu, também em declarações ao PLATAFORMA, considerou que a política em execução em Hong Kong não tem necessariamente de ser posta em prática em Macau.

“Por exemplo, o Gabinete de Segurança Nacional não foi estabelecido em Macau”, recordou.

Já sobre o chamado princípio dos patriotas, reconheceu que houve alterações legislativas relevantes antes das últimas eleições para o Conselho Legislativo local.

“Os critérios invocados pelo diretor Xia Baolong para os patriotas desta vez servirão como critérios de referência para a Comissão Eleitoral de Macau e para o Tribunal de Última Instância para determinar as qualificações dos candidatos”, antecipou.

Xia Baolong, diretor do Gabinete dos Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, defendeu esta semana, durante um seminário em Pequim, que o princípio “patriotas leais a governar Hong Kong” é fundamental para a realização da política “um país, dois sistemas”.

Entre esses critérios, Xia assinalou que “os patriotas devem defender sinceramente a soberania, a segurança e os interesses de desenvolvimento da nação”.

Por isso, para o também vice-presidente do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o ponto central passa por a governação de Hong Kong estar nas mãos de patriotas.

Defendeu que aqueles que em Hong Kong assumem posições anti-China, em circunstância alguma devem ser autorizados a ocupar posições importantes nos órgãos de decisão da região.

O responsável defendeu ainda que é necessário “melhorar o sistema eleitoral relevante o mais rapidamente possível”, para assegurar que a governação de Hong Kong esteja nas mãos de patriotas.

Recentemente, o governo de Hong Kong apresentou um projeto de lei ao Conselho Legislativo, exigindo que, além dos membros do Conselho Legislativo, os membros do Conselho Distrital também sejam empossados.

Nesse caso, se se verificar que violaram o juramento ou não o fizeram efetivamente, não poderão ser eleitos durante um período de cinco anos. O governo de Hong Kong acredita que esta revisão é de grande significado para os “patriotas que governam Hong Kong”.

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