Uma delegação do governo brasileiro, chefiada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, foi recebida na semana passada pela Huawei, quando a empresa chinesa se prepara para entrar no concurso de construção de infraestruturas destinadas à introdução da tecnologia 5G do país sul-americano.
A cidade chinesa de Shenzhen foi, na semana passada, a última paragem numa digressão que originalmente deveria ter incluído cinco países, mas que, devido a um caso de Covid-19 na comitiva brasileira, acabou por ser reduzida para quatro: Suécia, Finlândia, Japão e China.
A visita foi vista pela Huawei como uma “operação de comunicação”, concebida para mostrar a eficiência e competitividade dos respetivos produtos, segundo o jornal brasileiro Globo.
Acima de tudo, acrescentou, o objetivo era assegurar que a empresa tivesse os meios para garantir a segurança cibernética dos equipamentos nas redes telefónicas 5G, a grande preocupação do Governo brasileiro.
Durante a visita, a delegação de Brasília estimou que o concurso 5G do Brasil poderá ter lugar até ao final do primeiro semestre deste ano.
A viagem do ministro à China no meio das rigorosas medidas de contenção da pandemia em vigor no gigante asiático demonstra a importância da questão para o Governo chinês e o poder do Huawei, acrescentou o jornal brasileiro.
Desde o início da pandemia, poucos têm sido os funcionários estrangeiros a visitar a China.
Faria e a comitiva passaram menos de 24 horas em solo chinês e ficaram livres do cumprimento de quarentena exigida a todos os que chegam ao país vindos do estrangeiro.
Mas após a visita, que terminou, há uma semana, cerca de 40 chineses que tiveram contacto com a delegação tiveram de iniciar uma quarentena de sete dias, desde funcionários a diretores doa gigante chinesa de equipamentos de telecomunicações.
O embaixador do Brasil na China, Paulo Estivallet, e o cônsul-geral do Brasil em Guangzhou, Frederico Meyer, também tiveram de cumprir uma semana de quarentena num hotel em Shenzhen.
O leilão 5G no Brasil não vai restringir a participação de empresas específicas, como o anterior Governo dos Estados Unidos queria que fosse feito com a Huawei, disse o ministro das Comunicações, Fábio Faria.