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Museu da Língua Portuguesa reabre seis anos após incêndio

Filipa Caeiros Rodrigues

O Museu da Língua Portuguesa, localizado na cidade de São Paulo, e fechado desde dezembro de 2015 após um incêndio de grandes proporções ter destruído as instalações, vai reabrir as portas no próximo dia 17 de julho, anunciou o governo do estado brasileiro.

Previsto anteriormente para reabrir no primeiro trimestre de 2021, o Museu da Língua Portuguesa tem nova data oficial de reinauguração. De acordo com Sérgio Sá Leitão, secretário de Cultura e Economia Criativa do Governo de São Paulo, o prédio histórico voltará a receber o público na segunda metade deste ano.

O edíficio está praticamente pronto com os trabalhos de restauração e ampliação concluídos. As exposições também já estão preparadas e a ligação direta à estação de comboios da Luz finalizada. Falta apenas a iluminação exterior do prédio.

Numa recente entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Sá Leitão esclareceu que a decisão de atrasar a data de reabertura do museu está relacionada com o atual contexto da Covid-19.

“A expectativa é que, com a evolução da vacinação e a contenção da pandemia, a gente esteja em julho na fase verde ou amarela [do plano de combate à Covid-19 naquele estado], quando já conseguiremos ter 60 por cento de capacidade [de público], o que é mais adequado para receber a nossa procura”, afirmou o governante.

A programação apresentada pelas autoridades locais, em outubro passado, quando anunciaram a reabertura do equipamento cultural no final de março, acabou por ser alterada. Até julho, o museu terá um soft opening, com programação online e visitas de alunos de escolas públicas.

O museu está encerrado desde 2015 após um incêndio que durou duas horas e que causou a morte a um bombeiro. As chamas destruíram o segundo e terceiro andares do edíficio e a reconstrução custou cerca de 15,7 milhões de dólares norte-americanos, numa parceria entre privados, como a EDP e a Fundação Roberto Marinho, os governos português e do Estado de São Paulo, e a seguradora.

Conhecido por apresentar exposições de grande interação dos visitantes com as obras, o museu necessitou de repensar algumas partes das mostras para evitar o toque nas mesmas, no atual contexto de pandemia. Mas as adaptações acabaram por ser simples porque a tecnologia ativada por comando de voz já tinha sido desenvolvida antes da Covid-19.

O edíficio da Estação da Luz, onde se encontra o museu, existe desde 1902 e foi construído para ser a grande porta de entrada da cidade. Por aí passava o café vindo do interior e os imigrantes vindos de Santos. Uma outra estação ferroviária, mais modesta, funcionava no local desde 1867.

O incêndio de 2015 não foi o primeiro no local. Em 1946, o fogo destruiu parte da estação e o famoso relógio. Para evitar novos desastres, o museu reabre, desta vez, com o alvará dos bombeiros – Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros.

Entre as novidades do recuperado museu está a abertura do mirante, na parte superior do prédio, onde se encontra o relógio com vista para o Parque da Luz. Aqui haverá um café que será utilizado para diferentes atividades. Antes, a área não era acessível ao público, pois a estrutura não aguentava o peso de pessoas a circular naquela zona do edifício.

A exposição permanente do museu também foi repensada. Sá Leitão salientou ao jornal Folha que o acervo digital do Museu da Língua Portuguesa foi reformulado em cerca de 80 por cento, e que o local também passará a receber mostras temporárias. A primeira delas, “Língua Solta”, estabelece uma relação entre obras de arte e a língua portuguesa, com objetos produzidos por artistas como Leonilson, Rosângela Rennó, Jac Leirner, Emmanuel Nassar e Jonathas de Andrade.

O embaixador de Portugal no Brasil, Luís Faro Ramos, também já havia comentado anteriormente com os meios de comunicação social que “as autoridades de São Paulo pretendiam fazer deste evento uma grande celebração da língua portuguesa”.

“Ficámos satisfeitos por ver que finalmente este museu poderá ser reaberto”, assinalou.

Este é o primeiro museu totalmente dedicado a um idioma. Celebra a língua como elemento fundador e fundamental da cultura de todos os países que adotam um idioma de forma oficial. Neste caso, experiências interativas, conteúdo audiovisual e ambientação conduzem os visitantes a um “mergulho” na história da língua portuguesa. O museu recebeu cerca de quatro milhões de visitantes, durante os primeiros 10 anos de funcionamento (2006-2015).

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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