Uma consequência da pandemia foi a redução do trânsito e a consequente melhoria da qualidade do ar. Portugal registou números históricos, sobretudo em Lisboa. Novo confinamento já não está a ter o mesmo impacto.
A pandemia teve um impacto absolutamente brutal na qualidade do ar. Foi a primeira vez que conseguimos cumprir o valor-limite anual do dióxido de azoto (NO2), o composto associado ao tráfego e que temos sempre vindo a ultrapassar em Lisboa.” Francisco Ferreira, dirigente da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, confirma ao DN aquilo que os mais recentes dados disponíveis apontam, e que um relatório da TomTom (TOM2) torna público: só em Lisboa o trânsito caiu 30% em 2020, quando comparado com o ano anterior. Já o Porto ultrapassou a capital como “cidade mais congestionada em Portugal”, de acordo com o relatório do Trafic Index agora disponível.
Um outro dado que é agora conhecido é que a menor circulação de veículos e a paragem das unidades fabris devido ao confinamento de 2020 fizeram que a temperatura da Terra aumentasse cerca de 0,03 graus Celsius e o ar estivesse mais limpo, segundo um estudo publicado esta semana na Geophysical Research Letters.
Já os dados da empresa de localização batem certo, afinal, com os dos ambientalistas. Francisco Ferreira não se surpreendeu com os números relativos à quebra de tráfego, nomeadamente em Lisboa, onde há anos se verifica o maior problema do país a esse nível, nomeadamente “na Avenida da Liberdade, onde temos uma estação de monitorização e onde estes valores são mais elevados”. Porém, apesar de estarmos de novo em confinamento, os dados mais recentes não revelam uma quebra acentuada no trânsito, coincidindo com os valores da qualidade do ar. “Daqui por 15 dias valerá a pena olhar para os valores, talvez”, sublinha o dirigente da Zero.
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