O fundador do grupo de telecomunicações chinês Huawei, alvo de sanções dos Estados Unidos, pediu hoje ao novo Governo norte-americano “uma política de abertura” e reafirmou “a capacidade de sobrevivência” da empresa
A Huawei foi colocada numa “lista negra” de entidades do Departamento do Comércio dos EUA pela administração do antigo Presidente Donald Trump, impedindo o grupo de adquirir tecnologia norte-americana necessária para telemóveis e infraestruturas de telecomunicações.
“Esperamos que a nova administração tenha [em relação à Huawei] uma política de abertura que seja benéfica” para os Estados Unidos, disse Ren Zhengfei, que fundou a empresa em 1987.
Presente em 170 países e com 194 mil funcionários, a Huawei é hoje o primeiro caso de sucesso global da China, estando no centro da rivalidade sino-americana em torno do comércio e tecnologia.
A desconfiança sobre a empresa surgiu em parte do passado militar de Ren Zhengfei, filiado no Partido Comunista Chinês, o que serviu para alimentar as suspeitas de uma alegada influência do regime no grupo.
Apesar das sanções norte-americanas, o fundador da Huawei disse “esperar poder comprar ainda grandes volumes de material, componentes e equipamentos” aos EUA.
Ren indicou acreditar que “a capacidade de sobrevivência da Huawei aumentou” apesar da pressão de Washington.
A pressão de Washington pesou sobre o grupo chinês no ano passado, com a Huawei a registar uma queda de 22% nas vendas globais de telemóveis, indicou a empresa de pesquisas Canalys.
Devido às sanções impostas por Washington, a Huawei perdeu o acesso às atualizações para o Android, sistema operacional do Google, que é dominante. A empresa perdeu também acesso a ‘chips’ essenciais no fabrico de telemóveis.
A empresa também enfrenta uma pressão crescente no desenvolvimento de infraestruturas para as redes de quinta geração (5G), um novo padrão de tecnologias móveis criado para revolucionar a Internet e cuja implantação está a avançar em vários países.
A administração Trump insistiu que os serviços secretos chineses podiam usar os equipamentos da Huawei para monitorizar as comunicações e o tráfego de dados de outros países e insistiu com nações aliadas para que excluíssem a empresa chinesa.