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Minhocas ajudam a aliviar a pobreza em Longtai

Han Zhen, Zhou Wenchong e Chen Qingbing

Na aldeia de Longtai, concelho de Wuxi, na cidade de Chongqing, pequenas minhocas ajudam agora a manter o equilibro do ecossistema da região, contribuindo para impulsionar a indústria local e oferecer mais esperança à população. Esta aldeia, em tempos muito pobre, conseguiu melhorar a qualidade de vida de grande parte dos habitantes, graças a um novo sistema industrial

Devido à localização remota, são necessárias mais de duas horas para chegar de Longtai ao centro de Wuxi. No passado, com a falta de transportes e devido à altitude, havia poucas indústrias na região e os residentes dependiam, em grande parte, de trabalhos externos. Todavia, em 2018, a criação de pequenas minhocas começou a mudar a estrutura produtiva da aldeia.

“Depois de uma análise para ajudar a população mais pobre e de uma avaliação das respetivas características, avançou-se para o desenvolvimento de uma indústria de criação de minhocas na aldeia”, conta Chen Keyu, ligado à empresa CSCEC, esclarecendo que esta é uma indústria que não requer mão-de-obra especializada e que assenta na recolha e integração do estrume das quintas de diferentes agricultores. Em contrapartida, as fezes das minhocas são utilizadas como fertilizante orgânico utilizado nos campos. Já as minhocas podem ser usadas para produzir isco, produtos de medicina chinesa e cosméticos, tudo produções de alto valor acrescentado.

No final do primeiro ano estavam instaladas cinco estufas e 16 agregados familiares mais pobres iniciaram a atividade de criação de minhocas.

“Venho todos os dias verificar os níveis de humidade e de temperatura e alimentar as minhocas”, conta Ding Weimi, uma das novas cultivadoras, com mais de 60 anos, que em tempos pertencia à população mais pobre da aldeia. Agora, Ding Weimi, assim como outros residentes, cuidam diariamente da produção de minhocas em troca de um salário que varia entre os1000 e os 2000 RMB por mês, com um bónus adicional de 1200 RMB no final do ano.

A produção de minhocas, além do benefício que trouxe à população local, serviu para ensinar também que o desenvolvimento industrial pode fazer crescer os respetivos rendimentos.

Com o apoio das autoridades locais, a aldeia conseguiu desenvolver esta indústria, existindo agora uma área com 70 mil metros virada para a produção ligada à medicina tradicional chinesa, e outros 500 mil metros destinados à plantação de ameixoeiras. Todas as primaveras o aroma dos frutos e flores invade as montanhas. Mas não só. Aqui são agora cuidadas mais de 400 colónias de abelhas. Com o impulso da criação de minhocas foi estabelecido um sistema de produção industrial com três vertentes. O estrume, que em tempos era uma dor de cabeça, é usado para alimentar as minhocas. De seguida, as fezes das minhocas são usadas como fertilizante orgânico utilizado nos campos de ameixoeiras, tornando os frutos mais suculentos e valiosos. Por fim, as ameixas e as respetivas flores proporcionam uma fonte rica de néctar para as abelhas. Todas as indústrias estão intimamente integradas e beneficiam-se mutuamente.

“Graças a este sistema industrial em três vertentes, os rendimentos da população de Longtai cresceram muito. Em 2017, o salário médio anual dos residentes era de 7000 RMB. No final de 2020, o rendimento médio anual per capita da população ultrapassou os 11 mil RMB, retirando a aldeia da pobreza”, acentua Lu Xiaoguang, dirigente do Concelho de Wuxi, assinalando que, apesar da pequena dimensão, as minhocas tiveram um impacto gigante na região.

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