Pedro Santana Lopes. “As eleições autárquicas deviam ser adiadas por seis meses”

por Gonçalo Lopes

O antigo primeiro-ministro admite que está tentado a ser candidato do PSD a uma câmara “se houver juízo”, ou seja, se a data das eleições for adiada por causa da pandemia. Não exclui também entrar na corrida a Belém em 2026. O momento grave que o país atravessa justifica, diz, um governo que congregue todas as forças políticas porque a tarefa é demasiado pesada para um executivo minoritário. Entende que Portugal deveria conseguir comprar vacinas fora do acordo da União Europeia, já que a resposta no combate ao novo coronavírus tem de ser rápida.

Saiu do Aliança, que fundou em 2018, mas não desiste de ter voz no futuro do país. Santana Lopes não excluiu voltar às fileiras do PPD/PSD, partido a que os portugueses o veem colado.

Deixou o Aliança que fundou em 2018. Porquê agora?
Desde a noite das eleições legislativas que sair era uma questão de tempo, sobretudo sair da liderança. O resto exigia mais tempo e reflexão porque fui educado na escola que quando uma pessoa tem um resultado péssimo deve demitir-se. A Dra. Assunção Cristas demitiu-se nessa noite das eleições e eu disse: não faço como ela porque o Aliança não é um partido com a organização do CDS. Mas fui pedindo um congresso para ser substituído e em junho de 2020 lá se convenceram. As eleições foram em outubro e depois começou a pandemia em fevereiro/março, e acabei por sair da liderança em setembro. Saio de militante porque não fiz a Aliança por capricho ou para ser um pequeno partido sem qualquer influência nas orientações do país. Não fiz o Aliança para ser presidente do partido, já tinha sido de outro maior. Muita gente dizia que eu devia ter sido cabeça-de-lista ao Parlamento Europeu e que teria sido eleito, não quis porque quis que ficasse claro que eu não fundava o partido para ter cargos. Para continuar a ter intervenção política no Aliança, um partido fundado com a imagem muito colada a mim, era muito difícil. E ficou provado que foi uma relação que não resultou. A conclusão que tiro é que para os portugueses não fez sentido eu apresentar-me por outro partido, eu vi isso pelo país todo. Também ficou provado que havia espaço para novas formações políticas, agora acho que no centro-direita este é o momento de rassemblement [união]. É de juntar, unir forças, e eu quero contribuir para isso, com intervenção política como cidadão. Logo se vê a que título.

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