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Na Venezuela era médica, em Portugal faz limpezas. Não pode ajudar no combate à Covid-19

Maria Augusta Casaca

Em Portugal estima-se que residam cerca de cem médicos luso-venezuelanos que aguardam o seu grau reconhecido pelas universidades e pela Ordem dos Médicos. Acreditam que o decreto do Presidente da República pode abrir uma porta à sua certificação

Raquel Pinheiro chegou a Portugal no dia 28 de outubro de 2019. Desde então tem tentado reconhecer junto das instituições portuguesas o seu grau de médica anestesista. Sem resultado.

Tem esperança de que, com o decreto do presidente que prevê a contratação de médicos estrangeiros para ajudarem no combate à pandemia, se abra uma oportunidade para trabalhar num hospital. “Estudei medicina, é o meu dever como profissional e como pessoa”, diz esta mulher de 43 anos. “Quero pensar que é uma portinha aberta para podermos ajudar numa situação que requer todo o auxílio”, acredita. “Num hotel, a limpar casas de banho e quartos, não sou de grande ajuda”, lamenta.

Raquel, 43 anos, faz limpezas num hotel em Ílhavo, Aveiro. O único trabalho que encontrou. O marido e os dois filhos já estão naturalizados portugueses. Esta médica luso-venezuelana revela que todo o processo para o reconhecimento da sua licenciatura tem sido deveras “longo, incerto e com muitas dúvidas”. Dá um exemplo: “Em junho, recebi um email a dizer que não era necessário fazer a prova de língua portuguesa e, dois dias depois, a universidade enviou-me outro email a dizer que se tinha enganado”, conta.

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