O maior investimento privado em Cabo Verde, de 500 milhões de euros para criar 4.000 empregos no setor do turismo, vai levar à construção na ilha do Maio do quinto aeroporto internacional do arquipélago
“Está previsto dentro desse conceito, dentro desse programa e do plano de investimentos”, afirmou o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, questionado hoje pelos jornalistas durante a visita à ilha do Maio, que dispõe apenas de um aeródromo para voos domésticos.
A minuta de convenção de estabelecimento do “Little África Maio” foi assinada em 15 de dezembro, na cidade da Praia, entre o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e o empresário espanhol Enrique Banuelos de Castro, sócio gerente da Internacional Holding Cabo Verde (IHCV), um consórcio que integra vários outros investidores africanos.
O Centro Turístico-Residencial, Cultural e de Negócios vai ser implementado na Zona de Desenvolvimento Turístico Integrado (ZDTI) da ilha do Maio, tendo como objetivo a promoção e aceleração do desenvolvimento da economia cabo-verdiana.
O complexo turístico tem um investimento global de 500 milhões de euros e prevê a criação de mais de dois mil postos de trabalho diretos durante a construção e mais de 4.000 empregos quando começar a funcionar.
O primeiro-ministro não se compromete com prazos para a construção do aeroporto, mas assume que será complementar ao investimento que agora vai arrancar no Maio, com conclusão da primeira fase em três anos.
“Não lhe posso dizer o prazo, porque isto tem muito a ver depois com o planeamento do investimento que resulta de uma parceria entre um investidor externo e também a Sociedade de Desenvolvimento Turística de Boa Vista e Maio”, acrescentou.
Cabo Verde já dispõe de quatro aeroportos internacionais, nas ilhas turísticas do Sal e da Boa Vista, bem como na Praia (Santiago) e em São Vicente.
Na minuta de estabelecimento para este investimento, a que a Lusa teve acesso, o Governo cabo-verdiano declarou o projeto de “interesse excecional” e de “enorme interesse nacional”, referindo que vai dotar a ilha de “infraestruturas de primeiro nível, edificadas em conformidade com parâmetros ambientais e de sustentabilidade definidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”.
O complexo, a ser construído em três fases, vai ser gerido e explorado por uma nova empresa, a criar no quadro da parceria, denominada “Little Africa Services” (LAS).
Além da área de entretenimento, considerada a “âncora do projeto”, o complexo ainda terá museus e salas de exposições de países africanos, teatro, casino, lojas, centro de congressos/exibições e negócios, centro internacional de negócios, hospital, colégio internacional e habitações para os executivos, quadros e outros trabalhadores.
Com previsão para a primeira fase estar operacional dentro de três anos, a infraestrutura turística incluirá também um complexo turístico, denominado “Little África Resorts”, numa área residencial, que incluirá vivendas para cidadãos internacionais de elevado poder de compra.
O centro turístico é promovido por um grupo de empresários hoteleiros, representado pelo espanhol Enrique Banuelos de Castro, que é sócio gerente da IHCV.