Primeiro negro a ganhar maior prémio literário do mundo celebra que o Brasil esteja hoje mais próximo de África
Ao aceitar o prêmio Nobel de literatura, em 1986, o escritor Wole Soyinka conclamou as pessoas daquele tempo a perceberem que eram filhas “de séculos de mentiras, distorção e oportunismo em altas posições, mesmo entre os santos mais sagrados da objetividade intelectual”.
Naquele momento, a luta contra o apartheid sul-africano estava num ápice, e a fala ressoava de forma poderosa. O nigeriano discursava como o primeiro negro da história a receber a maior distinção
literária do mundo —só mais dois vieram depois dele, a americana Toni Morrison e o santa-lucense Derek Walcott.
Falando à herança racista que ainda perdurava, anacrônica, ele continuou. “Mas o mundo está crescendo, enquanto você deliberadamente continua uma criança teimosa e autodestrutiva, com certos poderes de destruição, mas ainda assim uma criança.”
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