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PR moçambicano destaca “valiosa contribuição” de Máximo Dias, que morreu em Lisboa

O chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, destacou a “valiosa contribuição” intelectual e política de Máximo Dias, advogado e opositor moçambicano, que morreu segunda feira em Lisboa.

Numa mensagem de condolências endereçada ao Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, marido de uma das filhas de Máximo Dias, Lígia Fonseca, o chefe de Estado moçambicano destacou a “valiosa contribuição intelectual, profissional e política” de Máximo Dias, classificando-o como um homem que soube respeitar as diferenças.

“Máximo Dias foi daqueles poucos homens que souberam encontrar um ótimo equilíbrio entre a vida, académia e política, com enorme respeito e reconhecimento pelas diferenças entre os homens, nas mais variadas esferas. Por isso será sempre recordado pelos seus bons feitos e pela sua valiosa contribuição intelectual, profissional e política durante a sua vida”, referiu Filipe Nyusi.

Máximo Dias, 83 anos, morreu no Hospital Santa Maria, em Lisboa, após uma paragem cardiorrespiratória, depois de um mês internado, disse à Lusa Carla Dias, outra filha do político.

O velório está marcado para quarta-feira na igreja São João de Brito e as cerimónias terminam, no mesmo dia, no Cemitério do Lumiar, Lisboa.

Máximo Dias, advogado, concorreu às primeiras eleições presidenciais moçambicanas, realizadas em 1994, pelo Movimento Nacionalista de Moçambique (Monamo), partido de que era líder, assumindo-se como “candidato didático”.

O escrutínio foi ganho pelo então candidato da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, Joaquim Chissano.

Mas a vida política de Máximo Dias remonta ao período anterior à independência de Moçambique, tendo pertencido ao Grupo Unido de Moçambique (Gumo), organização fundada em 1974 em contestação ao papel de único e legítimo representante do povo moçambicano reivindicado pela Frelimo.

Na sequência da recusa do partido no poder em aceitar o pluralismo político e do ambiente de repressão que se instalou após a independência, Máximo Dias abandonou o país e exilou-se em Portugal, onde viveu até ao seu regresso em Moçambique para participar nas primeiras eleições gerais, em 1994.

Reivindicou por diversas vezes ter sido um dos fundadores da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição e protagonista da guerra civil que durou 16 anos em Moçambique, mas assumiu ter abandonado a organização devido à aposta na via militar.

Em paralelo com a atividade de advogado, Máximo Dias assumiu-se como um dos opositores mais críticos da Frelimo, mas também censurou a orientação da Renamo.

Em 2017, anunciou a retirada da vida política nacional e o regresso a Portugal, onde estava em tratamento médico.

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