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Rep. Centro-Africana vive dia de eleições gerais marcadas pela violência e o medo

Os centro-africanos comparecem às urnas neste domingo para escolher um novo presidente e os deputados, mas uma parte do país não poderá exercer o direito de voto num país marcado pela guerra civil e um profundo nível de pobreza. 

O atual presidente, Faustin Archange Touadera, é o grande favorito, mas os grupos rebeldes, que controlam dois terços do território, desejam impedir sua reeleição. 

Grupos armados anunciaram que se deslocariam até Bangui, a capital do país, para impedir a votação, mas a presença de paramilitares russos, soldados ruandeses e capacetes azuis da ONU deixaram os insurgentes à distância até o momento.

Neste domingo, os grupos rebeldes receberam o apoio público do ex-presidente François Bozizé, que teve a candidatura invalidada no início do mês. Depois de negar envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado, ele defendeu o boicote das eleições.

O clima era relativamente calmo neste domingo em Bangui, onde soldados da ONU e militares centro-africanos patrulhavam as ruas para proteger os centros de votação.

A legitimidade das eleições está em dúvida, no entanto, porque uma parte importante da população não poderá exercer seu direito ou votar sem medo, de acordo com analistas e fontes da oposição.

Longe da capital, a votação era incerta pelos combates que não dão trégua. 

Além disso, milhares de cidadãos não receberam os documentos que permitem votar devido ao clima de insegurança. Na região noroeste do país, os rebeldes também confiscaram material eleitoral para tentar impedir o pleito.

O país africano tem no momento 11.500 capacetes azuis, 300 soldados de Ruanda e 300 “instrutores militares” enviados pela Rússia, na verdade paramilitares de empresas privadas de segurança.

Contra o favorito Touadera, 15 candidatos de oposição acusam o atual chefe de Estado de fraude e de fazer tudo para vencer no primeiro turno.

União Europeia (UE), Estados Unidos, Rússia, França e o Banco Mundial pediram a Bozizé e aos grupos rebeldes que entreguem as armas. 

Desde o início da guerra civil no país, quando uma coalizão muçulmana chamada Seleka derrubou Bozizé, 25% dos 4,9 milhões de centro-africanos foram obrigados a fugir de suas casas em algum momento e milhares morreram em ataques violentos.

Os combates entre Seleka e as milícias cristãs levaram a ONU a acusar os dois lados de crimes de guerra e contra a humanidade. Desde 2018 a guerra perdeu intensidade, mas os grupos armados continuam executando ataques contra civis e para tentar assumir o controle dos recursos naturais do país, sobretudo diamantes.

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