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ONG pede tréguas “sem condicionalismos” entre Governo e dissidentes da Renamo

O Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), uma organização não-governamental (ONG) moçambicana, disse hoje que espera que a trégua anunciada pelo líder dissidente da Renamo, Mariano Nhongo, seja genuína e que o diálogo decorra “sem condicionalismos”.

“A organização espera, no entanto, que as declarações sejam genuínas e o diálogo venha a decorrer sem condicionalismos, até porque está em curso o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), resultante do Acordo de Paz Definitiva assinado em agosto de 2019”, refere-se numa nota do IMD enviada hoje à comunicação social.

Em causa está o anúncio feito pelo líder da Junta Militar, na quarta-feira, em declarações à Lusa, dando conta da suspensão das emboscadas e ataques de viaturas nas estradas e aldeias do centro de Moçambique, para permitir o início, na segunda-feira, de negociações de paz com o Governo.

A Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição), liderada por Mariano Nhongo, antigo dirigente de guerrilha, é acusada de protagonizar ataques armados contra civis e forças governamentais em estradas e povoações das províncias de Sofala e Manica, centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de, pelo menos, 30 pessoas desde agosto do ano passado.

A ONG diz ainda que “recebeu com satisfação” o anúncio da trégua, considerando que poderá contribuir para que os moçambicanos passem a quadra festiva “num ambiente pacífico, depois de um ano difícil e marcado por várias adversidades”.

“O anúncio responde aos anseios dos moçambicanos que almejam viver num país tranquilo podendo circular livremente, sem o risco de serem vítimas de ataques militares”, refere o IMD.

Na terça-feira, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou que as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique capturaram três homens próximos do líder do grupo dissidente da Renamo, um dos quais era seu assistente de campo.

O grupo de Nhongo exige melhores condições de reintegração, a renegociação do acordo de paz de 2019 entre o Governo e a Renamo e a renúncia do atual presidente do principal partido da oposição, Ossufo Momade, a quem acusam de ter desviado o processo de negociação dos ideais de seu antecessor, Afonso Dhlakama, um líder histórico que morreu em maio de 2018.

O representante do secretário-geral das Nações Unidas em Moçambique, Mirko Manzoni, já havia anunciado que o grupo dissidente da Renamo se manifestou disponível para negociar.

Em outubro, o Presidente moçambicano decretou uma trégua na perseguição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à Junta Militar da Renamo durante sete dias, mas tentativas de aproximação para um diálogo fracassaram, com as duas partes a trocarem acusações.

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