Início Política Maioria dos partidos na Guiné-Bissau acha que não há motivo para dissolução do parlamento

Maioria dos partidos na Guiné-Bissau acha que não há motivo para dissolução do parlamento

 A maioria dos partidos com representação no parlamento da Guiné-Bissau considerou hoje que não há motivo para a dissolução da Assembleia Nacional Popular, depois de audiências em separado com o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló

O chefe de Estado admitiu na quarta-feira aos jornalistas em Bissau ter convocado para hoje os partidos políticos e o Conselho de Estado para analisar a eventualidade da dissolução do parlamento, depois de já ter feito críticas à atuação de alguns deputados.

Umaro Sissoco Embaló iniciou esta manhã as consultas com a audiência com o presidente do parlamento e primeiro vice-presidente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Cipriano Cassamá.

“Pensamos que a dissolução do parlamento é uma prerrogativa do Presidente da República e achamos que neste momento não existe nenhuma crise no parlamento”, afirmou Cipriano Cassamá.

Questionado sobre o facto de o PAIGC não reconhecer o atual Governo em funções, o primeiro vice-presidente do partido, que venceu as eleições legislativas de 2019, disse que o encontro não serviu para analisar a situação do Governo.

“O Presidente da República pediu-nos a nossa opinião sobre a dissolução ou não do parlamento”, salientou.

O PAIGC ausentou-se na quarta-feira do hemiciclo guineense e não participou na votação do Orçamento Geral do Estado para 2021, que foi aprovado com votos a favor de 54 deputados e sem votos contra.

O Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15) também defendeu que não há motivos para a dissolução do parlamento, considerando que todas as instituições de Estado estão a funcionar.

“Não há nada neste momento, do nosso ponto de vista, que justifique a dissolução da Assembleia Nacional Popular”, afirmou o coordenador do Madem-G15 e deputado, Braima Camará.

“Apelamos, enquanto Madem, para a continuação deste debate democrático, diferença de pontos de vista não significa inimizade, insultos, violência”, afirmou.

Por seu lado, o secretário-geral do Partido de Renovação Social (PRS) afirmou aos jornalistas que a dissolução do parlamento não foi alvo da conversa que manteve com o chefe de Estado.

“Nos últimos dias houve alguma agitação na Assembleia Nacional Popular e o Presidente ficou preocupado com algumas reações e pensa que deve haver alguma moderação para continuarmos a trabalhar na perspetiva da estabilização”, afirmou Florentino Mendes Pereira, do PRS.

O responsável disse também que o Presidente se disponibilizou para mediar, caso seja necessário, a relação entre os vários grupos parlamentares e que defendeu que os deputados se devem focar nos interesses nacionais e não em “querelas pessoais”.

Questionado sobre se o PRS falou com o chefe de Estado sobre a questão da dissolução do parlamento, Florentino Mendes Pereira disse que o assunto não foi o objeto da conversa.

“O PRS não pode transmitir a posição do Presidente e nem devia estar a revelar o conteúdo da nossa conversa com o chefe de Estado”, salientou.

Questionado sobre se o PRS considera que há crise política no país, o secretário-geral do partido disse achar que não.

Os dois restantes partidos ouvidos, Partido da Nova Democracia e Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, também defenderam que não há razões para a dissolução do parlamento.

Iaia Djaló, deputado e presidente do Partido da Nova Democracia, admitiu que a Assembleia Nacional Popular está a funcionar num ambiente um “bocado crítico”, mas que o Presidente deve “ponderar a dissolução, porque tem tempo para monitorar”.

Já Jorge Mandinga, dirigente da APU-PDGB, salientou que os deputados estão a fazer esforços para moderar a linguagem e que não há razões para a dissolução do parlamento.

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