Venda de petróleo rende a Angola mais que o previsto

por Fernanda Mira
Angop

A receita petrolífera atingiu, em Novembro deste ano, 3,4 biliões de Kwanzas (AKz), um valor superior à previsão do Orçamento Geral do Estado (OGE) Revisto 2020.

A previsão do OGE Revisto é de AKz 2,9 biliões, montante proveniente do petróleo, ao preço médio de 33 dólares por barril.

O Estado angolano arrecadou, até ao mês de Novembro último, cerca de meio milhão de Kwanzas mais do que previa.

Estima-se que a receita petrolífera, até final do ano, atinja os AKz 3,7 biliões, caso as exportações de Dezembro cheguem a AKz 300 milhões, tendo em conta as previsões de venda de mil 283 milhões de barris diários e a animação do preço do crude no mercado internacional influenciada pelo início da vacinação contra a Covid-19.

Até  Setembro deste ano, a receita fiscal petrolífera fixou-se em AKz 2,8 biliões, com a exportação de  360 milhões 418 mil e 745 barris de crude ao preço médio de USD 43,07.

Os 3,4 biliões de Kwanzas acumulados foram alcançados com as receitas dos meses de Outubro e Novembro deste ano,  que se cifraram em 337,3 mil milhões e AKz 992,2  mil milhões, respectivamente.

Nos dois meses em referência, de acordo dados da Direcção de Tributação Especial (DTE)  publicados no portal do Ministério das Finanças, calcula-se uma exportação de 75 milhões 152 mil 387 barris de crude ao preço de  USD 39,74, em Novembro,  e USD 40,65,  em Outubro.

As receitas resultaram dos Impostos sobre Rendimento do Petróleo (IRP), sobre Produção de Petróleo (IPP), de Transição do Petróleo (ITP) e da Concessionária Nacional, resultante da produção em um conjunto de 23 blocos.

Em 2019, as receitas petrolíferas foram de 3,2 biliões de Kwanzas, menos 10 por cento (3,6 biliões previsto no OGE), com a exportação de 418,6 milhões de barris ao preço médio de 62,72 dólares norte-americanos.

Os cálculos mais recentes da Petroangola apontam, no período 2017 a 2019, para uma perda de cerca de 15 milhões de Dólares/dia em receitas brutas do petróleo.

Para esta entidade privada, de Janeiro a Julho, o Estado angolano perdeu cerca de 800 mil dólares/dia em impostos e recebimentos do petróleo, fruto do actual contexto.

Angola, que foi eleita recentemente para a presidência rotativa da Assembleia de ministros da  OPEP para 2021.

Angola deverá fixar o nível da sua produção de petróleo em um milhão 267 mil barris por dia, reduzindo em 261 mil barris diários, de acordo com a tabela de ajustes da Organização anexa às decisões  da reunião realizada a 3 de Dezembro, em Viena, Áustria.

Segundo a tabela, a redução de 261 mil barris/dia deverá  incidir sobre uma produção de referência do país, calculada em um milhão 528 mil barris diários. Se a produção do país crescer não poderá ultrapassar o máximo de um milhão 528, com os cortes de 261 mil barris.

Com os cortes previstos para 2021, a produção mundial de petróleo deverá cifrar-se em 36,653 milhões de barris por dia, com uma redução de 7,200 milhões por dia.

Sem cortes, a produção mundial prevista para o ano que se avizinha está calculada em 43,853 milhões de barris/dia.

A expectativa da OPEP e seus parceiros não-OPEP é que a demanda global de petróleo contraia em 9,8 milhões de barris por dia, em 2020, antes de recuperar em 5,9 milhões de barris, em 2021.

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