Os doentes da América do Norte

por Filipa Rodrigues
David ChanDavid Chan*

No dia 29 de novembro foi organizada em frente ao Museu Lin Zexu, no Templo budista Lin Fung, uma cerimónia de celebração do 181º aniversário da primeira visita de Lin Zexu a Macau, considerado um herói nacional e um pioneiro no controlo de drogas. Este evento, segundo a organização, procura combater o consumo de drogas e educar a população local sobre os métodos de deteção e controlo destas substâncias. 

A China sofreu muito ao longo do último século devido ao consumo de drogas. Grande parte da população ficou dependente de opiáceos, afetando até o próprio exército, conhecido por ser constituído por imensos fumadores e dando ao país a alcunha de “doentes da Ásia”.

Os estados americanos de Oregon e Washington anunciaram recentemente que descriminalizarão as drogas pesadas depois de já terem legalizado a cannabis. Desde a eleição de Joe Biden, as drogas pesadas como a cocaína romperão os limites da justiça americana, criando a base para uma América doente.

Atualmente os EUA consomem mais de metade da capacidade de produção de drogas mundial, consumindo anualmente cerca de 16 mil toneladas de canábis, cocaína e heroína. Um em cada 11 americanos é toxicodependente, e mais de um sexto da população já consumiu algum tipo de drogas durante a vida. 

Há cerca de 200 anos atrás destruíram a população chinesa com opiáceos, agora estão a fazer o mesmo, mas o alvo são os próprios EUA. Os EUA também são um inimigo, não só a China. Estas são as famílias mais importantes dos EUA, e a força por detrás de Biden. O seu maior medo é que os “rednecks” se apercebam da realidade e, tal como aconteceu na Alemanha, os destruam por completo. Por isso nunca irão unir-se às classes sociais baixas, não descriminam entre brancos e negros. O que importa é entreter os mais pobres e destruí-los com o consumo de drogas. Mantendo a desordem na base da pirâmide social diminuem a respetiva energia e capacidade de ascensão, isto consolida o seu poder e ao mesmo tempo gera lucro.

A descriminalização das drogas terá um efeito positivo para Biden, no mínimo porque foi graças às medidas liberais de drogas dos democratas que este recebeu o apoio de toxicodependentes e de grupos que beneficiam deste consumo na corrida à Casa Branca. No passado o comércio de ópio deu início à história humilhante da China como “os doentes da Ásia”, agora a descriminalização da cocaína no início do século XXI dá início à era dos EUA como “os doentes da América do Norte”. Trump brinca com armas, Biden brinca com drogas, e os EUA irão agora mais do que nunca ser dominados por estes dois fatores. 

‭*Editor senior do canal chinês do Plataforma

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!