Singapura é o primeiro país no mundo a aprovar venda de carne de laboratório

por Guilherme Rego

Reguladores da Agência Alimentar de Singapura aprovaram a venda de carnes cultivadas em laboratório pela empresa Eat Just.

A decisão demorou cerca de dois anos. Durante o processo de aprovação, vários requerimentos tiveram de ser cumpridos por parte da Eat Just, como segurança alimentar ou produção consistente do cultivo de frango a partir de células.

A carne cultivada é feita através da recolha de células da gordura ou músculo do animal, colocando depois essas células num meio que as alimente, permitindo que cresçam. Esse meio é então colocado num biorreator para apoiar o crescimento das células. Tetrick, o CEO da Eat Just, comparou o processo à fabricação de cerveja, com um produto final muito diferente.

“Começou a corrida pelo futuro alimentar”, disse o diretor executivo do Instituto Good Food, Bruce Friedrich. O Instituto tem discutido o uso de carne de laboratório com o governo de Singapura há mais de três anos.

A sua aprovação por parte de Singapura é um marco histórico que deve atrair mais empresas com produtos semelhantes ao mercado sul asiático e incentivar outros países a seguir os seus passos.

“A única maneira de realmente resolver o problema da carne – que é um problema de saúde, desflorestação e de moralidade – é criar proteína animal”, disse Tetrick numa entrevista.

O produto tem alto teor proteíco, uma composição de aminoácidos diversificada, sem antibióticos e pouco conteúdo microbiológico, como a salmonela.

A Eat Just está também a tentar garantir a aprovação do produto noutros mercados, como nos EUA, mas a realidade é outra. Tedrick explica que o que diferenciou Singapura dos demais foi a sua “mentalidade aberta e rigorosa”.

Nos EUA, a indústria de carne cultivada a partir das células tem grande oposição das indústrias tradicionais de carne, que também dificultaram o prcesso de aprovação dos substitutos de carne à base de plantas.

Apesar do grande passo, a companhia ainda não tem condições de sustentar cada família de Singapura com o grau de produção que tem agora. Tedrick avisa que vai entrar no mercado de Singapura com pequenos passos. “Vamos começar com um simples restaurante. Depois, passamos para cinco, dez, quinze, até eventualmente entrarmos no retalho”.

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