A China suspendeu o pagamento do serviço da dívida de 23 países endividados, incluindo Angola, no valor de 2,1 mil milhões de dólares norte-americanos, para auxiliar no combate à pandemia do coronavírus, uma decisão em linha com o grupo das 20 maiores economias mundiais (G20)
De acordo com uma declaração dos G20 no passado fim-de-semana, a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) será prorrogada até junho de 2021.
“Estamos comprometidos com a execução da DSSI, incluindo a extensão até junho de 2021, permitindo que os países elegíveis para esta iniciativa suspendam os pagamentos oficiais do serviço da dívida bilateral”, lê-se no documento.
“Em 13 de novembro de 2020, 46 países pediram para beneficiar do DSSI, num total de 5,7 mil milhões de dólares de diferimento do serviço da dívida de 2020”, adianta.
O G20 adotou esta iniciativa em abril, oferecendo uma suspensão temporária dos pagamentos de dívidas de governo a governo a 73 países em desenvolvimento para os ajudar a enfrentar o impacto da pandemia do coronavírus.
Muitos países são incapazes de pagar as dívidas no meio à pandemia do coronavírus e da crise económica que desencadeou, surgindo Angola entre os que enfrentam maiores dificuldades financeiras.
Na véspera da cimeira do G20, o ministro das Finanças chinês, Liu Kun, disse que a Agência de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional da China e o banco oficial de exportação e importação bilateral chinês suspenderam os pagamentos do serviço da dívida no valor de 1,353 mil milhões de dólares, no âmbito da DSSI.
Numa reunião de ministros das finanças do G20 e governadores de bancos centrais, há uma semana, o presidente do Grupo Banco Mundial, David Malpass, disse que há países a enfrentar grandes desafios de dívida, “como Angola e Etiópia, onde, na ausência de alívio permanente da dívida, as perspetivas de pobreza permanecem sombrias”.
Do montante devido pelas nações pobres que participam do plano da dívida do G20 entre maio e dezembro deste ano, 70 por cento, correspondentes a 7,17 mil milhões de dólares, foi para a China, de acordo com dados do Banco Mundial. Espera-se que esse montante aumente para 10,51 mil milhões, ou 74 por cento do total, no próximo ano.