‘Solo para vialejo’, da brasileira Cida Pedrosa, eleito Livro do Ano do Prémio Jabuti

por Guilherme Rego

O livro de poesia “Solo para vialejo”, da autora pernambucana Cida Pedrosa, venceu na quinta-feira a categoria ‘Livro do Ano’ do Prémio Jabuti, o mais tradicional troféu literário do Brasil.

A obra vencedora, anunciada na noite de quinta-feira de forma virtual, devido à pandemia da covid-19, foi lançada em outubro de 2019 e é um poema épico-lírico que acompanha uma viagem do litoral ao sertão (interior do Brasil), com a musicalidade a ser um dos seus principais elementos em destaque.

A distinção de ‘Livro do Ano’ valeu a Cida Pedrosa um prémio monetário no valor de 100 mil reais (15,7 mil euros, no câmbio atual).

Além dessa categoria, considerada a principal, “Solo para vialejo” arrecadou ainda o prémio de ‘Poesia’ do Jabuti.

“Explode coração! Solo para Vialejo ganhou o principal prémio do Jabuti: Livro do Ano! (…) Sou emoção e gratidão! Acabo de saber que o meu ‘Solo para Vialejo’ foi também premiado na categoria Poesia do Prémio Jabuti 2020. Para mim é o reconhecimento de um longo caminho, que começou aos 15 anos, quando cheguei no Recife”, comemorou a poeta na rede social Facebook.

Em entrevista ao portal de notícias G1, após ter sido anunciado o prémio, Cida Pedrosa explicou que a obra é como se a própria autora realizasse a caminhada “que os negros, negras e índios fizeram para o Sertão”.

“Nesse livro, é como se eu fosse fazendo os caminhos que os negros, negras e índios fizeram para o Sertão. É a história do meu povo, de Bodocó (município brasileiro do estado de Pernambuco), uma cidade quem tem músicos incríveis. Vou contando desse som, dessas imagens. É uma viagem para dentro de mim e para dentro do Brasil”, relatou a autora.

Cida frisou ainda ser a “primeira mulher pernambucana a ganhar esse prémio”, o que lhe conferiu uma “felicidade só”.

“Eu estou numa felicidade só. Foram dois anos de escrita. É um longo poema em que eu faço a volta do mar para o Sertão, andando pela BR-232 (estrada que liga Recife, capital estadual de Pernambuco, ao sertão), fazendo uma viagem histórica, imaginária, de memórias pessoais”, acrescentou a poeta brasileira.

Entre as 20 categorias premiadas na cerimónia virtual, destacam-se ainda os livros “Torto Arado”, elogiado romance de Itamar Vieira Junior, que venceu na categoria ‘romance literário’; “Uma Mulher no Escuro”, de Raphael Montes, que arrecadou o prémio de ‘romance de entretenimento’, ou “Urubus”, de Carla Bessa, que ganhou na categoria ‘contos’.

A homenageada da 62.ª edição do Prémio Jabuti foi a poeta Adélia Prado, de 84 anos, considerada uma das mais importantes escritoras brasileiras.

O prémio Jabuti é atribuído pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e está dividido em quatro eixos – Literatura, Ensaios, Livro e Inovação.

Segundo a organização, este ano o prémio teve um aumento de 20% no número de inscritos (2.599 no total). Os vencedores de cada uma das 20 categorias receberão o troféu Jabuti e cinco mil reais (786 euros, no câmbio atual), à exceção do ‘Livro do ano’, cujo prémio ascende a 100 mil reais.

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