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Brasil aprova regresso ao país de voos com o Boeing 737-8 MAX após acidentes

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) brasileira aprovou o regresso ao país das operações com aeronaves do modelo Boeing 737-8 MAX, proibidas desde 2019 após dois acidentes que causaram 346 mortos na Etiópia e na Indonésia.

“A ANAC concluiu hoje um longo trabalho independente para autorizar novamente a operação das aeronaves modelo Boeing 737-8 MAX no Brasil. Com um processo de aproximadamente dois anos, a validação das modificações do projeto foi feita pela ANAC após a aprovação da autoridade certificadora, a norte-americana ‘Federal Aviation Administration’ [FAA, Administração da Aviação Federal, em português]”, informou o órgão regulador brasileiro, em comunicado divulgado na quarta-feira.

A decisão do órgão brasileiro surge uma semana após a FAA também ter autorizado voos com passageiros do modelo pertencente à gigante aeronáutica com sede em Chicago.

Desta forma, o Brasil retirou as restrições aos Boeing 737-8 MAX no país e validou a análise feita pelas autoridades norte-americanas, que consideraram terem sido “levados a cabo todos os elementos técnicos e regulatórios necessários para abordar os problemas de segurança”.

A nova medida tem vigência automática e deu luz verde “imediata para os operadores aéreos que pretendem operar o modelo”, disse a ANAC, recordando que apenas a companhia aérea Gol possui esse tipo de aeronave na sua frota brasileira.

O órgão regulador informou que cerca de 20 dos seus profissionais, entre engenheiros e pilotos, participaram no processo de recertificação.

Entre os requisitos para voltar a operar com o 737-8 MAX, a Boeing reconfigurou o sistema de controlo de voo, corrigiu o encaminhamento do conjunto de cabos e reviu os procedimentos incorporados ao manual de voo, assim como os testes de recalibração dos sensores, segundo indicou a ANAC em comunicado.

“Esta avaliação minuciosa do sistema de controlo de voo é um registo sem precedentes na história da aviação”, disse o superintendente de aeronavegabilidade da ANAC, Roberto Honorato, em nota.

“As modificações e procedimentos revistos dão total confiança para a retomada das operações do Boeing 737-8 MAX no Brasil”, acrescentou.

A ANAC informou ainda que a implementação de outras melhorias, que não eram obrigatórias para o retorno das operações com a aeronave, ainda está em desenvolvimento com o objetivo de “continuar a aprimorar o uso do modelo e das suas funções”.

A investigação realizada após os acidentes mostrou que uma falha técnica causou descidas precipitadas do aparelho em pleno voo, que não poderiam ser controladas pelos pilotos.

A crise custou à Boeing cerca de 20 mil milhões de dólares (16,7 mil milhões de euros), incluindo as indemnizações que terá de pagar às vítimas e às companhias aéreas.

O primeiro dos acidentes do Boeing 737 Max ocorreu em outubro de 2018 na Indonésia, quando um avião da companhia aérea Lion Air caiu no Mar de Java, matando 189 pessoas.

O segundo acidente deu-se em março de 2019 na Etiópia, quando uma aeronave da Ethiopian Airlines caiu perto da cidade de Bishoftu, causando a morte a 157 pessoas.

Na ocasião, Portugal, Brasil e Guiné Equatorial estavam entre os 58 países que interditaram o seu espaço aéreo ou viram companhias nacionais suspender temporariamente a utilização de aeronaves Boeing 737 Max.

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