Robert Huff, rei de Macau

por Filipa Rodrigues
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Em busca da 10.ª vitória na Guia

O britânico Robert Huff, 40 anos, vai procurar este fim-de-semana alcançar a 10.ª vitória durante a Corrida da Guia, integrada no programa da 67.ª edição do Grande Prémio de Macau.

Huff, ao volante de um MG 6 TCR, da equipa MG XPower, venceu pela derradeira vez em Macau em 2017, ao volante de um Citroen C-Elysée, numa prova a contar para do mundial de Carros de Turismo da FIA (WTCC), campeonato que venceu em 2012.

“Foi um ano e tanto”, disse Huff ao jornalista Mark Taylor, citado pelo site Cambridge Independent, numa referência a 2020, marcado por uma série de restrições e até anulações de provas, devido à pandemia causada pelo novo coronavírus.

O piloto considerou ter “muita sorte de poder participar na Corrida da Guia de Macau deste ano”, assinalando ser “ótimo correr com a equipa MG XPOWER”, que disse conhecer desde a passagem pelo China Touring Car Championschip (CTCC) nos últimos anos.

“Não consegui ir para a China o ano todo devido às restrições, então será uma ótima maneira de encerrar o ano após ganhar o título do STCC na Suécia e agora tentar outra chance de vencer minha 10ª corrida em Macau.

Robert Huff lembrou que esteve perto da 10.ª vitória nas últimas duas passagens por Macau, em 2018 e 2019, ao volante de um Volkswagen.

“Chegamos perto nos últimos dois anos com a Volkswagen, mas com a MG 6, que tem sido muito forte nesta primeira temporada completa, competindo no campeonato TCR China, penso que temos uma hipótese muito boa, embora saibamos que não vai ser fácil”, disse.

O antigo campeão do mundo na categoria de WTCC assinalou ainda que esta será a primeira corrida ao volante de um MG 6 TCR.

“Este é um carro novo para mim. Nunca dirigi o MG 6 TCR anteriormente, embora fosse esse o plano original para esta época. Então esta será a primeira vez que o vou conduzir e logo nas ruas de Macau, numa primeira sessão de treinos, que será assim uma forma emocionante de o carro ser apresentado. Estive envolvido no respetivo desenvolvimento e sei que ele tem um grande potencial”, assegurou.

O experiente piloto britânico reconheceu que vai ter uma Corrida da Guia “uma competição bem dura”. 

“Só porque desta vez não haverá muitos pilotos do mundial, pelas razões que se conhecem, não deixa de haver a participação de muitos pilotos locais super-rápidos. E eles têm um campeonato por que lutar. Já o meu objetivo é simples: voltar a vencer em Macau”, concluiu.

O 67º Grande Prémio de Macau vai acolher cinco provas principais durante um calendário reduzido para três dias, ao contrário dos habituais quatro.

De acordo com o comité organizador, durante um encontro com a imprensa para apresentação do programa da edição da edição de 2020 – a 67.ª –, o evento vai acolher a Taça GT Macau, pela primeira vez aberta a carros GT3 e GT4 e a Corrida da Guia de Macau para pilotos TCR da Ásia.

Conforme noticiado há alguns meses, não haverá este ano a corrida de Fórmula3, sendo substituída por um Grande Prémio de Macau de Fórmula4 para carros incluídos no Campeonato chinês da categoria.

Os pilotos Charles Leong Hon Chio e Andy Chang Wing Chung permanecerão como os principais cabeças-de-cartaz para a nova competição, já que o cancelamento dos eventos de F3 na Europa e os preparativos impostos para a realização da viagem levaram ao fim da habitual corrida FIA de F3.

Destaque ainda para o regresso do piloto local Rodolfo Ávila ao circuito da Guia, depois de uma ausência de cinco anos das ruas de Macau. Ávila vai estar na Corrida da Guia.

No encontro com a imprensa, o comité organizador do GP anunciou que não haverá Grande Prémio de Motos nem qualquer corrida de substituição. Acrescentou que o presidente da FIA, Jean Todt, deu a entender que as principais taças do mundo da Federação Internacional do Automóvel – F3, GT e WTCR regressarão a Macau em 2021.

“Infelizmente, a crise de saúde global, sem precedentes, e as circunstâncias ainda em desenvolvimento significam que a 67ª edição do Grande Prémio de Macau deste ano será muito diferente. As corridas da FIA, F3, GT e Taça do Mundo de Turismo costumam trazer às ruas de Macau corridas memoráveis. Apesar do revés, acredito que o desporto motorizado, regulamentado pela FIA, tem futuro no Circuito da Guia e que todas essas competições com estatuto de Taça do Mundo da FIA regressarão em 2021, reestabelecendo-se como parte do Grande Prémio de Macau nos anos seguintes”, avançou a organização, citando Todt.

Na edição deste ano, a maioria dos pilotos é oriunda de Macau, China Continental e Hong Kong, já que os pilotos estrangeiros prescindiram da presença devido à obrigatoriedade de realização de uma quarentena de 14 dias e aos custos que as equipas iam incorrer para comparecer ao evento.

Cerca de 37 pilotos e staff de equipas solicitaram a observação médica, incluindo Robert Huff, o qual, num vídeo transmitido durante o encontro com os jornalistas, expressou estar extremamente satisfeito por poder participar da competição.

Paul Pun Weng Kun, do comité organizador, avançou que os lugares para o público foram este ano reduzidos de 14 mil para 10 mil devido a medidas de distanciamento social, mas disse acreditar que ainda assim haverá uma boa presença de espetadores.

O orçamento também foi reduzido em 50 milhões de patacas, fixando-se nos 220 milhões para a 67.ª edição do Grande Prémio de Macau. Paulo Pun notou que qualquer redução de custos estava limitada, uma vez que a maioria dos acordos de obras não podiam ser alterados.

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