Estudantes marcharam em Hong Kong para exigir libertação de 12 manifestantes

por Guilherme Rego

Cerca de uma centena de estudantes marchou ontem (19) em Hong Kong, exigindo a libertação de 12 manifestantes antigovernamentais que foram presos pelas autoridades da China continental em agosto, entre eles um jovem luso-chinês.

Segundo a imprensa de Hong Kong, os estudantes, todos eles finalistas da Universidade Chinesa de Hong Kong, marcharam mascarados pelo ‘campus’, entoando ‘slogans’ de apoio aos jovens que foram presos.

Antes de dispersarem, um grupo de 12 manifestantes juntou-se erguendo cartazes com os nomes dos detidos, entre os quais está o estudante universitário Tsz Lun Kok, detentor de passaportes português e chinês.

Os jovens, a maioria ligados aos protestos anti-governamentais do ano passado, em Hong Kong, estão detidos há quase três meses em Shenzhen, cidade chinesa adjacente a Hong Kong, por “travessia ilegal” das águas continentais. Dois detidos são ainda suspeitos de organizar a passagem ilegal da fronteira.

O grupo tinha iniciado a viagem com destino a Taiwan, onde se pensa que procuravam asilo, quando a lancha em que seguiam foi intercetada, em 23 de agosto, pela guarda costeira chinesa.

Segundo familiares dos detidos, desde a detenção nenhum dos ativistas pôde contactar a família nem ter acesso a advogados mandatados pelos seus familiares, denunciando igualmente a nomeação de advogados oficiosos pelo Governo chinês.

A campanha #save12hkyouths (“salvem os 12 jovens de Hong Kong”) anunciou hoje que familiares de sete dos detidos receberam cartas alegadamente escritas pelos ativistas.

A campanha confirmou à Lusa que a família de Tsz Lun Kok não recebeu ainda qualquer mensagem do jovem.

O jovem, que tem nacionalidade portuguesa e chinesa, embora a China não reconheça a dupla nacionalidade, tinha já sido detido em 18 de novembro de 2019 em Hong Kong, e mais tarde libertado, durante o cerco da polícia à Universidade Politécnica daquele território, sendo acusado de motim, por ter participado alegadamente numa manobra para desviar as atenções das forças de segurança com o objetivo de permitir a fuga de estudantes refugiados no interior.

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