Cabo Delgado: Frelimo saúda ação diplomática do Governo, oposição aponta “incapacidade”

por Guilherme Rego

A Frelimo, partido no poder em Moçambique, saudou ontem a ação diplomática do Governo na luta contra os grupos armados no norte do país. A oposição parlamentar, contudo, apontou a incapacidade das forças militares moçambicanas em travar a violência armada.

Numa sessão de perguntas e respostas entre os deputados do parlamento e os membros do excecutivo relativamento à atuação do governo moçambicano no combate aos grupos armados em Cabo Delgado, as opiniões divergiram.

Na Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), a deputada Ana Rita Sithole – também membro da comissão permanente da Assembleia da República – considerou que a ação diplomática do executivo com o objetivo de mobilizar esforços de outros países na luta contra o “jihadismo” internacional foi “excelente”.

“Vale a pena felicitar o nosso Governo pelo excelente trabalho de diplomacia para que a comunidade internacional se aproprie da luta que as nossas gloriosas Forças de Defesa e Segurança travam contra os terroristas”, declarou a deputada.

No entanto, os partidos de oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), não concordam com a leitura da deputada da Frelimo.

O deputado António Muchanga, da Renamo, acusou o Governo de ignorar o problema durante muito tempo, e que essa “teimosia” em desvalorizar a gravidade do conflito de Cabo Delgado contribuiu para o crescimento da violência armada em Cabo Delgado.

“Aqui, em sede do parlamento, não há muito tempo, o Governo veio dizer que a questão de Cabo Delgado era um assunto do Estado moçambicano e que competia ao Estado moçambicano resolvê-lo”, afirmou Muchanga.

Fernando Bismarque, porta-voz e deputado do MDM, considera que o partido tem visto “uma clara incapacidade das FDS no combate aos grupos armados que protagonizam a barbárie em Cabo Delgado”.

A violência armada em Cabo Delgado dura há três anos e está a provocar uma crise humanitária com cerca de 2.000 mortes e 435.000 pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos suficientes – concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

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