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Presidente moçambicano acusa Junta Militar de ataques que causaram três feridos

O Presidente moçambicano responsabilizou hoje a autoproclamada Junta Militar da Renamo por dois ataques ocorridos esta terça-feira em Manica, centro do país, que causaram pelo menos três feridos, acusando o grupo de não ter interesse no diálogo

“Relativamente ao teatro centro, esse do Nhongo e outros guerrilheiros da Renamo, continuam a fazer ataques”, disse hoje Filipe Nyusi, referindo-se a Mariano Nhongo, líder da Junta Militar da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana, maior partido da oposição).

Segundo o Presidente, esta terça-feira “realizaram dois ataques na província de Manica, onde atingiram três cidadãos moçambicanos, um dos quais com alguma gravidade” e, “mais tarde, às 13:10, voltaram a atacar em Chambuca, na localidade de Bunga, também em Manica”.

“Eles dispararam contra uma viatura, criaram danos materiais. Portanto, fica claro que não há interesse nem vontade por parte desses moçambicanos para o diálogo”, afirmou Nyusi, que deixou um apelo aos moçambicanos para exercerem “mais vigilância”.

“Existe gente que está a desestabilizar este país”, advertiu, quando intervinha na Cerimónia de Encerramento de Cursos Militares, no Instituto Superior de Estudos de Defesa “Tenente- General Armando Emílio Guebuza” (ISEDEF), hoje em Maputo.

Várias fontes locais disseram hoje à Lusa que três operários ficaram feridos num ataque armado contra a carrinha em que seguiam, em Manica, no centro de Moçambique.

A carrinha ligeira, de 15 lugares, para o transporte de trabalhadores, foi atingida por várias balas, disparadas do meio do mato, na zona da “Ponde de Deus”, cerca das 17:00 horas (15:00 horas de Lisboa) da terça-feira, quando recolhia os trabalhadores para o estaleiro em Dombe, Manica, disse uma testemunha.

“Quando o veículo reduziu [a velocidade], em aproximação à ponte, choveram balas que vinham da floresta, e nós parámos e corremos para nos esconder”, relatou à Lusa Vasco Albino, um condutor de um ‘semicoletivo’, veículo lideiro de passageiros, que circulava a curta distância da viatura atingida.

“Foram tiros rápidos”, relatou Alfredo Tauro, um passageiro que viajava naquele ‘semicoletivo’ e que depois prestou socorro aos operários feridos.

Contactado pela Lusa, o porta-voz da Polícia de Manica, Mateus Mindu, remeteu detalhes para mais tarde.

Testemunhas relataram à Lusa que a viatura pertencia à construtora portuguesa Mota-Engil, mas fonte oficial da empresa em Portugal negou que algum veículo ou trabalhadores ao seu serviço tenham sido atingidos neste ataque.

Os ataques da autoproclamada Junta Militar da Renamo têm afetado estradas e povoações de Manica e Sofala, tendo provocado a morte de, pelo menos, 30 pessoas na região desde agosto do último ano.

No último mês, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, decretou uma trégua na perseguição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) à Junta Militar da Renamo durante sete dias, mas tentativas de aproximação para um diálogo fracassaram, com as duas partes a trocarem acusações.

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