Soja, carne e açúcar brasileiros beneficiaram de restrições da administração Trump à China
Beneficiado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, o agronegócio brasileiro deve sofrer impactos de curto prazo com uma esperada distensão do conflito pelo governo democrata eleito. A expectativa é que, com uma visão mais multilateralista, o democrata Joe Biden tende a retomar o comércio com o país asiático.
Segundo analistas, produtores de soja, carne e açúcar devem ser os mais afetados, porque vinham substituindo exportadores americanos no fornecimento ao mercado chinês. As vendas dos três produtos para o país asiático registraram forte expansão em 2020, com impacto sobre os preços no mercado interno.
“A única coisa que preocupa [num governo Biden] é uma eventual retomada de negociações entre EUA e China. A briga abriu espaço enorme das exportações brasileiras, e uma retomada sem preparações pode criar um problema”, diz o coordenador da FGV Agro, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura.
Até outubro, o Brasil exportou para a China US$ 58,4 bilhões (R$ 318 bilhões), alta de 11% ante o mesmo período de 2019.
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