Censo agrícola revela que mais de 141 mil famílias timorenses estão envolvidas no setor

por Guilherme Rego

Mais de 141 mil famílias timorenses, representando quase dois terços dos agregados familiares do país, estão envolvidas em atividades agrícolas, com cerca de 220 mil hectares de terra dedicados ao setor, segundo dados do Censo Agrícola de 2019.

O Censo, que envolveu pesquisas em quase 2.240 zonas de enumeração e envolveu mais de 1,2 milhões de habitantes, mostra que atualmente há 597 entidades – incluindo empresas, organizações não governamentais, comunitárias e do Governo – no setor agrícola.

Globalmente, mais de 764 mil pessoas pertencem a agregados familiares ligados ao setor agrícola.

Os dados, a que a Lusa teve acesso, mostram que há 3.632 famílias envolvidas no setor da pesca e mais de 2.000 em projetos de aquacultura.

Cerca de 62% das famílias têm gado grande, 92% têm pequeno e mais de 82% têm aves.

Cada família tem, em média, menos de 16,9 animais, e mais de 57% têm menos de 10 aves.

Só seis por cento das famílias dizem ter recorrido a serviços veterinários.

Em média, cada família tem cerca de 1.53 hectares de terra, com 70% da terra a ser usada para cultivos temporários ou de curto prazo.

Cerca de 62,9% da área total é usada para cereais, 3,9% para cultivos permanentes e 23,2% para cultivos temporários, com destaque para o milho – 18% do total -, arroz (7,6%), cassava (7,4%) e café (6,3%).

Os dados mostram que 20% das famílias usam sistemas de irrigação e 68% recorrem a água de superfície.

Segundo o censo, 6% das famílias usam alguma forma de proteção de plantas, 91% recorre a sementes ou materiais de cultivo auto gerados e apenas 1% recorre a sementes ou outro material de cultivo fornecido pelo Governo.

Só 12% das famílias dizem ter recebido informação sobre serviços de extensão agrícola, com o Governo e a rádio a serem as principais fontes.

As propriedades agrícolas ocupam uma extensão de 219.250 hectares, com quase metade concentradas em três municípios: Bobonaro, com mais de 41 mil hectares, Ermera, com mais de 40 mil, e Baucau, com mais de 25 mil hectares.

Os municípios com menores áreas de propriedades familiares são Lautem e Manatuto, com 8.555 e 3.371 hectares, respetivamente, refere o Governo em comunicado.

O Governo explicou que o estudo pretende “apoiar a definição de uma política e estratégia para o setor, apoiar o programa nacional da agricultura do Plano Estratégico de Desenvolvimento 2011 – 2030 [e] desenvolver o indicador do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (ODS 2) – Fome Zero e Agricultura Sustentável”.

Servirá ainda para “fornecer dados estatísticos sobre o setor a nível administrativo de suco [divisão administrativa local timorense] e fornecer um enquadramento do setor agrícola nacional”.

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