No Pará 62% das florestas públicas sem uso definido são registadas como privadas

por Filipe Sousa
Phillippe Watanabe

Às margens da BR-163, no Pará, 62% das florestas públicas não destinadas estão registadas ilegalmente como áreas privadas. Trata-se, possivelmente, de processos de grilagem —ocupação ilegal de terras públicas—, aponta uma investigação da ONG Greenpeace Brasil.

A ONG direcionou o olhar para 1.543.941 hectares de florestas não destinadas ao redor da BR-163 entre os municípios de Altamira, Novo Progresso e Itaituba. A região observada forma uma espécie de corredor entre unidades de conservação e terras indígenas. O território dessas cidades ardeu em agosto de 2019, no que ficou conhecido como “dia do fogo”.

As florestas não destinadas são áreas públicas, pertencentes à União ou a estados, mas sem destinação de uso, como áreas de proteção ou assentamentos. A fatia de desmate que ocorre nessas matas costuma ser expressiva —emtre 2018 e 2019, 35% da destruição na Amazônia ocorreu nessas áreas.

A investigação encontrou 2.968 registros de terras sobrepostos a áreas de florestas não destinadas, o que totaliza 965.367 hectares de sobreposição irregular e 62% dessas matas.

Para a análise, o Greenpeace usou dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do cadastro de florestas públicas e fotografias aéreas.

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