Cabo Delgado: parlamento analisa hoje relatório e vota resolução

por Guilherme Rego

O conflito armado em Cabo Delgado, norte de Moçambique, vai estar hoje novamente em debate no parlamento, em Maputo, com a análise de um relatório sobre a situação dos direitos humanos na província.

A agenda de hoje inclui ainda a votação de uma resolução sobre o tema, numa altura em que o conflito tem sido motivo de atenção a nível internacional devido a relatos de massacres cometidos por rebeldes, vitimando centenas de pessoas na última semana, parte das quais alegadamente por decapitação.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quarta-feira estar “chocado” com os “recentes relatos de massacres perpetrados por grupos armados não estatais em várias aldeias na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, incluindo a decapitação e rapto de mulheres e crianças”.

As autoridades moçambicanas ainda não se pronunciaram sobre este mais recente episódio do conflito, que hoje volta ao parlamento.

O relatório que os deputados vão debater, consultado na última semana pela Lusa, foi produzido por uma comissão parlamentar que ouviu as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas descrevem a situação como “grave”, assinalando que o porto e o aeroporto da vila de Mocímboa da Praia continuam nas mãos dos grupos armados.

Por outro lado, o documento assinala que é preciso “reforçar os processos de formação das Forças de Defesa e Segurança, com enfoque em matérias relativas aos direitos humanos”.

A violência armada está a provocar uma crise humanitária com cerca de 2.000 mortes e 435.000 pessoas deslocadas para províncias vizinhas, sem habitação, nem alimentos suficientes – concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

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