“Basta dois dias para haver mais um milhão de casos na Europa”

por Rute Coelho

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa alertou, numa entrevista à AFP, para uma “explosão de casos” no velho continente e para os “tempos duros” que aí vêm à medida que a mortalidade sobe

“Vemos uma explosão … no sentido em que basta apenas dois dias para ocorrer na região europeia um aumento de um milhão de casos”, disse, em entrevista à AFP, o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge.

Kluge, que usou uma máscara enquanto era entrevistado pela webcam, referiu que a taxa de mortalidade vai aumentar “aos poucos”. “Vai ser um momento um pouco difícil, temos de ser honestos sobre isso”, afirmou.

Apesar do rápido aumento de casos no continente europeu, Hans Kluge entende que o encerramento de escolas deve ser visto como um último recurso, especialmente porque “não há razões para dizer que as escolas são o principal veículo de transmissão”. “Temos de manter as escolas realmente abertas até ao fim, porque não podemos suportar uma geração perdida para a Covid-19”, disse Kluge.

Mas o diretor regional da OMS também sublinhou que o “status quo não é uma opção” e pediu “medidas direcionadas proporcionais”, que poderiam ser ampliadas. Kluge enfatizou que os governos devem tomar em consideração duas coisas: “coerência, para que as pessoas vejam que não mudamos, e … previsibilidade, para que as pessoas saibam que se um determinado limite for atingido é isto que vai acontecer”.

Também pediu o uso generalizado de máscaras faciais. “Com o uso de máscaras faciais e o controlo estrito das reuniões sociais, podemos salvar 266.000 vidas até fevereiro em toda a região europeia”, garantiu Kluge.

A OMS Europa abrange 53 países, incluindo Rússia e países da Ásia Central, e na quinta-feira relatou um total de mais de 12 milhões de casos na região, com quase dois milhões nos últimos sete dias. Embora gerir a pandemia Covid-19 seja a preocupação imediata, Hans Kluge também lembra que há lições a aprender no caso de um vírus ainda mais perigoso aparecer. “Imagine que o Covid fosse tão facilmente transmissível como o sarampo ou tão letal como o Ébola … Precisamos de aproveitar esta oportunidade para estarmos melhor preparados para o futuro”, concluiu.

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