“America, make the World Great Again”

por Arsenio Reis
Arsénio ReisArsénio Reis

Em 2016, Donald Trump surgiu aos olhos do mundo – e de muitos americanos também – com uma frase que prometia alterações de monta da política norte americana. Incluindo a política externa.

“Make America Great Again” era só um prenúncio da forma como ele lidou com a NATO, com a OMS ou com o Acordo de Paris sobre alterações climáticas.

Apesar de tudo, em 2016 não sabíamos ao certo o que valia, nem o que faria, Donald Trump. Hoje sabemos.

Externamente ele desprezou aliados, aproximou regimes políticos altamente duvidosos, transformou adversários económicos e políticos em inimigos apontados a dedo. Com ele – e depois dele – é difícil admitir que o mundo está melhor.

Internamente, desprezou a Pandemia e o Obamacare de uma assentada, cortou nos impostos para os mais ricos, assistiu e conviveu sem contestar – não quero dizer instigou – a um crescimento dos fenómenos racistas. Eles não são um exclusivo da sociedade americana, mas a sociedade americana ia dando sinais de os combater de forma inteligente. Donald Trump herdou o poder de Barack Obama, para dar apenas um exemplo.

A América para o mundo – goste-se ou não dela – é bem mais importante que Donald Trump.

Para além disso Trump, ao longo destes 4 anos, economizou na verdade e investiu na mentira sempre que isso lhe foi favorável. Sabemos que ele não foi o único presidente norte-americano a fazê-lo, mas não sei se outro o fez de forma tão evidente.

Nesta altura cerca de 90 milhões de norte-americanos já foram às urnas e votaram de forma antecipada. No início desta semana vão os restantes.

A América para o mundo – goste-se ou não dela – é bem mais importante que Donald Trump. Por isso, nesta altura não se trata apenas de esperar que as sondagens se confirmem nas urnas, dando a vitória a Joe Biden. Nesta altura era bom que essa vitória fosse expressiva para que Trump e os seus acólitos aceitem a derrota.

A América tem por estes dias a responsabilidade de começar a construir um Mundo “Great Again”. Travar a recessão democrática e dar um primeiro sinal de recuperação da democracia mundial.

*Diretor do PLATAFORMA

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