Novos modelos de ajuda aos mais idosos

por Filipa Rodrigues
Sun Renbin, Bai Yongquan, Deng Huaning e Tai Sicong

Com o envelhecimento da população chinesa, cada vez mais pessoas valorizam os cuidados a idosos. Uma série de novos modelos para lares estão a surgir e os diferentes departamentos governamentais estão a desenvolver ações de formação destinada a centros de terceira idade para melhor enfrentar todos os obstáculos futuros. 

Em setembro de 2019, a cidade de Fushun, Liaoning, lançou um centro de cuidados destinados à terceira idade na comunidade local, através de serviços públicos. Ao longo do último ano o centro tem vindo a ajudar a resolver alguns dos problemas com que se depara a população idosa da região.

Aos utentes do centro são-lhes servidas três refeições diárias na cantina, sendo que cada uma dessas refeições pode ainda beneficiar de um subsídio atribuído pelos organismos oficiais. Os frequentadores do centro têm ainda acesso especial a um supermercado onde estão disponíveis bens essenciais como arroz, farinha, cereais e óleo, a preços reduzidos. Além disso, podem fazer encomendas, tanto por telefone como online, recebendo depois as compras em casa. O centro oferece ainda exames, fisioterapia, salas de jogos e outros serviços para os residentes, que estão equipados com pulseiras inteligentes utilizadas para a recolha de dados de saúde destinados à prestação de um serviço de cuidados centralizado.  

Wang Xiaoning, diretor-geral do Centro de Serviços de Reabilitação Huiming de Liaoning, esclarece que, através do recurso à internet e à inteligência artificial é possível ter um lar de idosos que recorre a uma base de dados para cuidar dos utentes. Através dos dados digitais dos residentes e em colaboração com 120 plataformas de primeiros socorros é prestado um serviço de apoio aos utentes. 

Segundo dados do Centro Nacional de Estatísticas, até ao final de 2019 havia 254 milhões de pessoas acima dos 60 anos na China, ou seja, 18,1 por cento da população. 

Na cidade de Changzhou, Jiangsu, cidadãos com mais de 70 anos podem receber um subsídio de até 600 RMB, enquanto os portadores de deficiência ou carenciados recebem o rendimento de subsistência completo. Uma cama especial de reabilitação pode custar 150 RMB mensais. Porém, para residentes locais com mais de 70 anos, os primeiros quatro meses são gratuitos, podendo depois continuar a ser usada, ou alugada, conforme as necessidades. Famílias que comprem uma destas camas podem também vendê-la ou arrendá-la. Neste momento a cidade já ofereceu serviços de cuidados a 2.640 idosos, com um total de 6.017 casos. 

“Cerca de 200 comunidades puderam requisitar serviços de reabilitação ao domicílio”, refere o diretor do Departamento de Assuntos Civis de Changzhou, Wang Li, concordando que “os serviços de reabilitação são vitais para garantir a qualidade de vida de portadores de deficiência e idosos”.

Já Zhao Yequn, de 32 anos, é avaliador de incapacidade sénior e visitou a comunidade de Zhaoshan, em Shijingshan, Pequim, para avaliar a condição de Gong Daozhen. Os resultados da avaliação vão ser depois utilizados como fundamento para a candidatura a vários subsídios para comprar equipamentos de ajuda à reabilitação. 

Zhao avalia as incapacidades de cidadãos séniores desde 2019 e, além de avaliações realizadas por telefone ou online, faz visitas ao domicílio para contacto com idosos e respetivas famílias. “Devemos avaliar as capacidades destes idosos através de três parâmetros: compreensão e comunicação, componente física, incluindo se conseguem cuidar-se a eles próprios e aptidão cognitiva e estado mental”, explica Zhao. 

De acordo com as “Medidas de Administração de Instituições e Serviços de Pensões”, os centros de cuidados a idosos devem definir um sistema de avaliação física e psicológica dos utentes e determinar o nível de cuidados que receberão com base nesses resultados. 

Zhao, cuja empresa avaliou mais de 600 séniores no ano passado, acredita que cada vez mais jovens se irão juntar a esta área de trabalho no futuro, à medida que esta se torne “mais necessária”. 

Li Banghua, Vice-diretor do Departamento de Cuidados de Idosos do Ministério de Assuntos Civis, indica que é esperado que a população idosa em todo o país exceda os 300 milhões durante o período do 14º Plano Quinquenal, transformando a China num país moderadamente envelhecido. Até ao final de 2022 o país irá por isso formar 10 mil responsáveis por lares de terceira idade e 100 mil prestadores de cuidados em regime de part-time.

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!