Polícias sofrem, matam e morrem em silêncio no Rio de Janeiro

Falta de treino, de supervisão e de apoio psicológico potenciam a letalidade por agentes do Estado
O cabo Arthur tentava avançar, de abrigo em abrigo, até chegar aos traficantes que estavam mais à frente em uma favela da zona norte do Rio de Janeiro. Quando fez a posição de base e se preparou para progredir, ouviu um barulho estranho.
Era um tiro de fuzil que estourava o rosto de seu colega, metros atrás. O choque o fez desacreditar da cena. Abortou a missão e chamou o apoio aéreo para conseguir voltar para casa, já que o blindado não conseguiria ultrapassar as barricadas.
Três dias depois, seguindo seu regime de 24 por 72 horas, ele estava de volta ao trabalho nas ruas da mesma comunidade, sem ter falado com qualquer superior ou psicólogo sobre o que havia acontecido. “A cabeça fica como?”
Arthur está entre os muitos policiais que sofrem, matam e morrem em silêncio no violento território fluminense, sem o treinamento, a supervisão, a estrutura e o amparo psicológico adequados.
Leia mais em Folha de S.Paulo
Este artigo está disponível em: English