Ficámos por estes dias a saber que em setembro entraram em Macau 449.085 pessoas, entre turistas e excursionistas, mais 97,7 por cento, quando comparado com o mês anterior, agosto de 2020.
Este número quase dobrou, face às 227.113 entradas registadas em agosto.
Visto assim, de forma isolada, observa-se um aumento significativo.
Todavia, quando se abre a perspetiva, aqueles 449 mil visitantes ficam a milhas de distância dos pouco mais de 2,7 milhões de visitantes que passaram por Macau em setembro de 2019. Aí vê-se uma quebra de 83,8 por cento.
Mas, quando se olha para números é conveniente alguma prudência.
Além disso, não se pode dissociar os dados de setembro de novas e menos restritivas medidas adotadas pelas autoridades, quer interna, quer externamente, abrindo as portas do território a visitantes oriundos da China, o maior mercado emissor de turismo do mundo, incluindo, obviamente Macau. Do total de entradas em setembro, 412.451 viajaram a partir do interior da China.
A base de comparação entre 2019 e 2020 vai causar sempre angústia, preocupação, incerteza, qualquer que seja o angulo do observador
Aliás, aqueles continuam a ser os únicos visitantes que podem entrar sem obrigatoriedade de quarentena, mediante apresentação de um simples teste de ácido nucleico.
O mais relevante em tudo isto é este crescimento parecer trazer consigo sinais de uma tendência positiva para o futuro. No fundo, o que mais interessará à vida económica e social do território, também ele fortemente atingido pelos efeitos da pandemia.
Porém, repete-se, quando se fala de números é preciso prudência.
Com o que resta do ano, de 2020 pouco mais se pode esperar do que resultados próximos do zero.
A base de comparação entre 2019 e 2020 vai causar sempre angústia, preocupação, incerteza, qualquer que seja o angulo do observador.
Sobretudo ao saber-se que o território encerrou 2019 com um recorde absoluto de visitantes, a roçar os 40 milhões de pessoas. Um número estratosférico para uma cidade de cerca de 650 mil habitantes.
Uma base de comparação… incomparável!
O caminho faz-se caminhando…
*Editor-executivo do Plataforma