Dívida Pública brasileira sobe 2,59% em setembro e atinge 670 mil ME

por Guilherme Rego

A dívida pública brasileira cresceu 2,59% em setembro e atingiu os 4,527 biliões de reais (670 mil milhões de euros), num aumento motivado pela pandemia de covid-19, informou na terça-feira o Tesouro Nacional.

Já a dívida pública mobiliária federal interna, que diz respeito à dívida pública em títulos no mercado interno, subiu 1,35% em setembro, passando de 4,118 biliões de reais para 4,174 biliões de reais (de 610 mil milhões para 620 mil milhões de euros).

A necessidade de recursos financeiros para cobrir os gastos extra com a pandemia de covid-19 continuou a pressionar a dívida pública em setembro, com o Tesouro Nacional brasileiro a emitir títulos acima da média histórica.

O volume de emissões e as emissões líquidas registaram no mês passado o segundo maior valor das suas respetivas séries históricas, atrás apenas dos números alcançados em julho deste ano. No acumulado de 2020, já foram emitidos 798,3 mil milhões de reais (118,7 mil milhões de euros), valor superior aos 759,3 mil milhões de reais (112,9 mil milhões de euros) referentes a todo o ano de 2019.

O aumento de 3,09% do dólar no mês passado fez o estoque da dívida pública federal externa, em circulação no mercado internacional, subir 3,21%, de 238,25 mil milhões de reais em agosto para 245,89 mil milhões de reais (de 35,4 mil milhões para 36,5 mil milhões de euros) em setembro.

No cenário externo, prevaleceram as preocupações com uma potencial segunda onda de infeções pelo novo coronavírus na Europa e a frustração em relação a novos estímulos económicos, destacou o Tesouro Nacional do Brasil.

Nesse sentido, o CDS (Credit Default Swap, indicador de risco que define a possibilidade de um emissor pagar ou não a dívida) do Brasil acompanhou o movimento observado em outros países e subiu 16,1%, encerrando o mês de setembro em 250 pontos base. O número ficou acima de países como Colômbia (152), México (152), Peru (77) e Chile (69).

Os investidores estrangeiros aumentaram a sua participação na dívida pública federal interna de 9,4% em agosto para 9,44% em setembro, o segundo crescimento após cinco meses seguidos de queda.

“Em momentos de aumento na taxa de juros ou flutuação na taxa de câmbio, o investidor encontra momentos mais favoráveis para a aplicação”, justificou o coordenador-geral de operações da dívida, Luis Felipe Vital.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,4 milhões de casos e 157.946 óbitos), depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 43,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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