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Bolsonaro pondera proibição da Huawei

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O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, está a considerar proibir a companhia chinesa Huawei Technologies de fornecer componentes para a próxima rede 5G do Brasil, assegurou fonte do governo.

Um governante brasileiro, citado pela Bloomberg, descartou a possibilidade de retaliação chinesa, assinalando que Pequim depende das importações agrícolas brasileiras para alimentar a população.

A perceção no Brasil é de que outros países que já baniram a Huawei não sofreram grandes retaliações de Pequim, acrescentou a fonte, que pediu anonimato.

A decisão definitiva ainda não foi tomada, pois terá de levar em consideração as opiniões de outros membros do governo, mas os comentários são uma evidência da contínua suspeita de Bolsonaro em relação ao maior parceiro comercial do Brasil.

O Brasil planeia selecionar as empresas para instalação da tecnologia 5G em maio próximo, depois de a crise de saúde causada pela Covid-19 ter atrasado o processo, inicialmente programado para este ano, apontou recentemente o ministro das Comunicações, Fabio Faria.

O governo brasileiro disse, oficialmente, que a decisão do 5G é uma questão de segurança nacional envolvendo muitos interessados, incluindo os ministérios da Economia e das Relações Exteriores.

A China foi o destino de 40 por cento das exportações brasileiras no primeiro semestre, segundo dados do ministério da Agricultura do gigante sul-americano. As vendas para o país asiático, principalmente soja, geraram mais receita do que o conjunto das exportações para os EUA, América Latina, Europa, África e Oriente Médio.

As relações com Pequim têm estado tensas desde que Bolsonaro assumiu o cargo em 2019, depois de críticas dirigidas à China durante a campanha eleitoral, também subscritas pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e pelo próprio filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro que culpou a “ditadura chinesa” pela pandemia.

Outras altas figuras do Estado têm expressado opiniões mais pragmáticas sobre a China. O vice-presidente, general Hamilton Mourão, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, defenderam um processo de licitação aberto e justo para escolher os construtores da rede 5G do Brasil.

Depois que os EUA alertaram sobre “as consequências” se os chineses conseguirem construir a rede 5G no Brasil, o embaixador chinês em Brasília, Yang Wanming, disse que mais do que a Huawei “ganhar ou não uma licitação”, está em jogo neste processo é “se um país pode estabelecer regras de mercado com base na abertura, imparcialidade e não discriminação para todas as empresas”. 

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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