Durante o recente “duplo feriado”, a semana nacional e o Festival do Meio Outono, a cidade milenar de Chaozou recebeu dois milhões de visitantes. Com a Ponte Guangji, a Torre Guangji, a Rua Paifang, cerimónias de chá kung-fu e gastronomia de Chaozhou – depois de sobreviver ao impacto da pandemia – o mercado de turismo de Chaozhou renasceu, com a cultura tradicional a ser o ponto de maior atração.
Chaozhou é uma cidade rica em cultura e com uma longa história. A zona antiga conta com vários edifícios das dinastias Ming e Qing ainda preservados. Os bordados, as esculturas em madeira, a ópera e a gastronomia de Chaozhou, juntamente com a cerimónia de chá kung-fu, são todos tesouros da cultura chinesa, famosos nacional e internacionalmente.
Ao longo dos últimos anos, com o objetivo de se tornar numa cidade centrada à volta da respetiva cultura, Chaozhou tem promovido a inovação cultural, com uma maior integração no turismo, o qual ofereceu uma nova vida à cidade milenar.
O Rio Han, que atravessa a cidade, conta com a ponte Guangji, uma das quatro maiores do país. Trata-se de uma obra de arte de estilo único, estando simultaneamente assente em vigas, flutuante e em arco e é conhecida como a “ponte móvel mais antiga do mundo”, com um design simples e elegante. Quando anoitece, a ponte Guangji fica iluminada, cada luz coordenada com música, atribuindo-lhe grande popularidade online e atraindo muitos turistas. Uma das responsáveis pela ponte, Yu Xiaojie, diretora do Instituto de Administração da Relíquia Cultural Ponte Guangji, tem-se dedicado à preservação e restauro para novo uso da ponte. Cada vez que o espetáculo de luzes tem início, as luzes em ambos os lados do rio Han são refletidas, atraindo muito turismo. É este espetáculo que a tem deixado entusiasmada com o trabalho de mais de 10 anos. “O meu maior desejo é manter a ponte viva e popular”, diz.
Perto da ponte Guangji, encontra-se a rua de Paifang, outro dos grandes pontos culturais da cidade. Ligada por 23 arcos, é o ponto central da zona antiga e cultural de Chaozhou. Aqui existem dezenas de centros de exposição do respetivo património cultural imaterial, 120 estalagens e mais de 30 casas de chá, sendo o local ideal para encontrar a cultura de “Chao”.
O estúdio de Jin Zisong, um artista de escultura em madeira típica de Chaozhou (património cultural imaterial), também está localizado nesta rua. No seu espaço, com um pedaço de madeira na mão, vai esculpindo flores, pássaros, camarões e caranguejos. Após 47 anos dedicados a esta arte, considera agora recrutar aprendizes para garantir a continuidade do ofício.
A cultura única de Chaozhou tornou-se na alma da cidade milenar. E com o apoio governamental, a cidade está a atrair jovens a regressar à terra natal para a criação de negócios.
Chen Hong, de 35 anos e natural de Chaozhou, criou há quatro anos, na altura do regresso à cidade, um espaço de alojamento local na zona antiga da cidade. Gradualmente, com a expansão do mercado de turismo nesta região, foi alargando o negócio, e agora conta com cinco estabelecimentos.
Neste período de semana nacional e Festival do Meio Outono, o negócio correu bem, diz, especialmente na casa que abriu na rua de Paifang, com muito mais clientes do que estava à espera.
“Ultimamente a rua de Paifang tem sofrido muitas renovações, e os pontos cénicos, o alojamento típico, locais de exposição, casas de chá e restaurantes tornam-na no local ideal para ficar e passear”, explica Chen Hong.
Ao longo dos últimos anos, Chaozhou tem promovido a conservação e renovação de edifícios de valor cultural para a cidade, dando uma nova vida a estes espaços. Seguindo o princípio de preservar os aspetos tradicionais durante os restauros, foram criados projetos de micro restauro e micro renovação em cinco zonas históricas e culturais e cinco zonas temáticas, ajudando a fazer com que a cidade seja ainda mais memorável.
Uma cidade milenar, com uma beleza intemporal. A cultura de Chaozhou permeia esta cidade e dá-lhe um novo brilho nos dias de hoje.
