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Achas para o churrasco

António Bilrero*

Alguém tem de pôr o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) na ordem. A lamentável e mais recente decisão de limitar o uso da zona de churrasco do Parque da Praia de Hác Sá aos residentes de Macau é de uma insanidade absolutamente desconcertante.

Em pleno século XXI, servidores de uma entidade pública arrogam-se no direito de decidir, sem mais, quem pode e não pode ir assar e degustar umas costeletas ou um frango de churrasco num espaço público. Não têm mais do que fazer? Até se pode aceitar, em esforço, que sejam acautelados alguns procedimentos para o caso presente, face ao período de pandemia que se atravessa. Mas, por este andar, se o Governo não tem mão neles, um dia destes corre o risco de ter de andar a apagar fogos ateados pelos inimigos do popular churrasco.

Irão bloquear o acesso dos Trabalhadores Não Residentes (TNR) aos transportes públicos ou proibi-los de exercer o direito ao trabalho para o qual foram contratados, dos espaços comerciais às casas particulares? Mais de 2000 anos depois, estará o IAM apostado em fazer dos TNR em Macau, uma espécie de novos hilotas de Esparta?

Mas isto não acaba aqui e, pasme-se, até piora. Perguntado ao IAM sobre a proibição, em resposta ao jornal em língua portuguesa Hoje Macau, fonte da instituição respondeu: “O acesso dos trabalhadores não residentes à zona de churrasco é permitido”, mas “para efeitos de reserva online”, esta “terá de ser realizada por um residente de Macau” (citação).

Será para lhe fazer o churrasco?

*Editor-executivo do Plataforma

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