António Domingos Amaro é o seu nome. Nasceu e cresceu no Bairro operário, em luanda, onde desde cedo integrou alguns grupos clandestinos que já auspiciavam a independência de angola. rumou para o Congo Kinshasa, fugido da capital, e daí para a Suíça. Hoje, aos 81 anos de idade, amaro lembra que fez parte do primeiro grupo de angolanos ligados ao MPLA que se formou em guerrilha e segurança. Por isso, ainda cedo, tornou-se o primeiro guarda-costas do então Presidente António Agostinho Neto. Quase cinco décadas, o nosso entrevistado conta a sua versão sobre a ida de agostinho Neto ao Congo, depois de ter fugido da cadeia. Para ele, Manuel Vinhas, o célebre investidor português até então ligado à Cervejeira Cuca, em Angola, jogou um papel preponderante na referida operação. Na primeira pessoa, amaro conta o que viu e ouviu
Quem é António Domingos Amaro?
Sou um militante do MPLA desde os anos 50. Com 19 anos comecei a trabalhar nos Correios. Hoje tenho quase 82 anos.
Como é que nasce o sentimento nacionalista? Eu nasci e cresci no Bairro Operário. Sou um Kalu puro, mas os meus pais são do Nzeto. Tanto é que também falo kikongo, lingala, alemão e francês. Como lhe disse, comecei a trabalhar aos 19 anos, nos Correios, e aos 21 anos fui forçado a abandonar Angola. Manuel Pedro Pacavira, José Bernardo Domingos Kioza estavam presos. Na cadeia andaram a levar porrada e começaram a citar nomes à-toa para ver se desviavam a atenção dos tugas. Aconselhavam-nos a sair para a revolução, numa altura em que a UPA praticamente já tinha o Norte de Angola sob vigilância. Então, sou forçado a abandonar os serviços e algum tempo depois o MPLA mandou-nos clandestinamente para Praga, na Checoslováquia.
Quando é que parte concretamente para a Checoslováquia?
Fui para a Checoslováquia em 1961.
Viaja já em nome do MPLA?
Sim. Então, os Pacavira, Adolfo João Pedro, João Bernardo Domingos Kioza já estavam presos. Eu estive na mesma cela que eles.
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