Maior missão no Pólo Norte volta hoje do “epicentro do aquecimento global”

por Guilherme Rego

Cientistas de todo o mundo voltam hoje da maior missão feita no Pólo Norte.

Um total de 300 cientistas em rotação, de vinte países, trazem hoje análises do que descobriram depois de 389 dias a bordo do navio Polarstern, do Instituto alemão Alfred Wegener. As previsões não são boas.

A equipa testemunhoi os efeitos dramáticos que o aquecimento global tem tido no gelo do Ártico, considerado pelo líder da missão, Markus Rex, “o epicentro do aquecimento global”.

Salientando que o gelo no oceano está a derreter, Rex disse que a missão encontrou pouco bloqueios à navegação, com grandes áreas de mar aberto “alguns até a estender-se até ao horizonte”.

“Nós testemunhámos o Ártico a morrer. Vimos o processo do lado de fora das nossas janelas ou quando caminhávamos no gelo fino”, disse Rex à AFP.

Ártico sem gelo

Rex alerta que se o planeta continuar a aquecer a este ritmo, em poucas décadas, o Ártico não terá gelo durante os verões.

Em 2020, o gelo marinho atingiu o segundo menor mínimo registado, depois de 2012, de acordo com as observações.

Durante um ano, a missão MOSAIC recolheu dados da atmosfera, oceano, gelo e ecossistemas para ajudar a perceber o impacto das alterações climáticas na região e no mundo.

A expedição de 140 milhões de euros traz consigo 150 terabytes de informação e mais de 1.000 amostras de gelo. Segundo Rex, a missão resulta num avanço significativo “na compreensão do Ártico e do sistema climático”.

A análise dos dados pode levar até dois anos, e tem como um dos objetivos desenvolver modelos que ajudem a prever como podem ser as ondas de calor, chuvas fortes ou tempestades daqui a 20, 50 ou 100 anos.

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