Henriques Dhlakama quer mais transparência e deixa conselhos à RENAMO

por Filipe Sousa
Filipe Sousa

O candidato às presidenciais de 2024 em Moçambique divulgou um comunicado de 4 pontos em que analisa a situação do país e deixa a sua posição. Entre propostas para o caso de sair vencedor, Henriques Dhlakama dirigiu-se à RENAMO e à comunidade internacional, pedido responsabilidade e transparência.

Dhlakama publicou o comunicado nas redes sociais na noite de sexta feira, segundo ele, “para permitir que o número máximo de moçambicanos possa já ter acesso no fim-de-semana à presente posição”.

Segundo Dhlakama, é preciso haver uma “catarse coletiva” para conseguir a ambicionada Reconciliação e Pacificação Nacional. As falhas que aponta, e que parece acreditar que farão a situação arrastar-se até ser eleito presidente, deverão chegar a bom porto em 2 anos, com o seu Processo de Reconciliação Nacional.

O DDR – Processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração – merece críticas e, mais do que isso, deve ser suspenso e substituído. No seu lugar, Dhlakama sugere um modelo norte-americano, mais próximo das populações e das forças de segurança.

Sobre Cabo Delgado, propõe mais poder para a população, formação para as autoridades locais, e mais meios para a região. Além disso, aponta a necessidade do reforço de segurança na região e reorganização geográfica das forças de segurança.

Dhlakama exige transparência. No financiamento eleitoral tem sido um problema identificado pelos observadores internacionais, mas falta que partido no poder e partidos na oposição deem o exemplo. “Sugere-se aos partidos da oposição, em especial aos que maiores críticas fizeram ao processo eleitoral, que deem o exemplo e (de forma unilateral, independentemente da falha da CNE em o fazer) publiquem desde já as contas respeitantes às somas recebidas nesse âmbito”, desafiou.

As críticas à oposição, RENAMO incluída, não ficam por aí. Falta planeamento, diz. De acordo com Dhlakama, os partidos não são proativos e só se preparam para ganhar eleições quando a campanha começa. E, recorda, “A oposição teve já 45 anos para adquirir sabedoria, quanto aos períodos eleitorais em Moçambique. As lições aprendidas, já deveriam constar no ADN da resposta da oposição”.

Quanto à RENAMO, é preciso que o partido se redefina democraticamente, e que tome decisões que tragam legitimidade política que se traduza numa vitória eleitoral. Com planeamento atempado, reforça mais uma vez o candidato.

Dhlakama termina com um apelo para mais transparência e mais liberdade. E dirige esse apelo à comunidade internacional, observadores eleitorais e sociedade civil. “Moçambique encontra-se num ponto importante de viragem. Ou muda de rumo e explora o seu potencial ou se afunda em práticas cada vez menos claras e no desespero para as suas populações e dificuldades que se avizinham.” remata Henriques Dhlakama.

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