A espera!

por Guilherme Rego
António Bilrero*

Há um provérbio português que diz… “quem espera sempre alcança”!

É o nos que resta. Acreditar que o adágio popular, feito do costume, se vai concretizar.

E como a espera já vai longa! Começou ali pelos finais de janeiro e já se entrou no último trimestre do ano. Um 2020 que não deu tréguas. E é já o ano mais marcante do século XXI.

Quando a epidemia atacou forte, alia por janeiro, ainda antes de evoluir para pandemia, a maioria em Macau acreditava que a espera pelo regresso à normalidade, ao dia-a-dia das enchentes dos casinos, o motor da economia local, e das ruas cheias, não seria breve, mas nunca atingiria tamanha extensão temporal.

Aliás, aí pelo início do verão começou a falar-se, com alguma discrição, que se tudo corresse bem a entrada no outono poderia ser o ponto de partida numa retoma já então urgente da atividade económica, num território só dependente do jogo.

O feriado do 1 de Outubro e a chamada “semana dourada” eram assim vistos como pretextos para o regresso de milhares de visitantes e um novo sopro para o jogo, afinal a fonte de vida do território.

E como a espera já vai longa! Começou ali pelos finais de janeiro e já se entrou no último trimestre do ano. Um 2020 que não deu tréguas. E é já o ano mais marcante do século XXI

Contudo, pelo que já se conhece, os números dessa retoma ficaram muito aquém do desejado. Também é verdade que as autoridades foram sempre cautelosas quando se tratava de falar de previsões. Mas seria falso dizer que expetativa (e já agora o desejo) não passava por um crescimento mais acentuado do número de turistas oriundos do continente.

Agora, perante as evidências do flop relativo às entradas de turistas em Macau no período da “semana dourada”, começa a falar-se, mais uma vez com discrição quanto baste que, afinal, a miragem da recuperação só venha a acontecer lá para o próximo Ano Novo chinês, em fevereiro de 2021.

Mais de um ano depois, talvez venha a ser desta que a espera vai alcançar o tão desejado impulso e regresso à normalidade. Até lá é preciso pensar como estabilizar uma economia depauperada e uma sociedade “parada” durante pouco mais de um ano. O que não é tarefa fácil, a começar pela elaboração de um novo orçamento.

Aguardemos…afinal a paciência é um predicado chinês que casa na perfeição com o ditado “quem espera sempre alcança”.

*Editor-executivo do Plataforma

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