Góis, um mergulho que vale a pena em plena Serra da Lousã

por Guilherme Rego

O concelho serrano de Góis possui duas praias fluviais no rio Ceira com bandeira azul. Mas a vila beirã é muito mais que isso

O concelho de Góis possui uma vasta área territorial estimada em 276 quilómetros quadrados, de enorme riqueza e biodiversidade, delimitada e separada da Beira Serra Interior pelas Serras da Lousã e Açor.

Marcado por uma geografia própria e muito acidentada, o vale do Rio Ceira possui duas praias fluviais com bandeira azul: Canaveias e Peneda/Pego Escuro. No sopé das ribeiras de montanha, também não faltam as praias selvagens.

Nas margens do rio Ceira, Canaveias é um local que transmite tranquilidade e permite um contacto com a natureza no seu estado puro, sendo possível ouvir o chilrear dos pássaros. Esta praia tem uma extensa área relvada e está dotada de infraestruturas, como o acesso para pessoas com deficiência, parque infantil e bar/esplanada. Fica situada em Vila Nova do Ceira.

Peneda/Pego Escuro é a praia do centro da vila da Góis. Há anos que possui distinção de bandeira azul e é escolha óbvia para muitos dos que ali chegam. Com rápido acesso ao centro histórico, possui uma vasta área relvada nas margens, com boas infraestruturas de apoio e um já famoso bar/esplanada, onde podemos estar com os pés dentro de água enquanto bebemos um refresco. Tem também classificação de praia acessível.

Em Góis, considerada a capital do Ceira, perduram as heranças históricas que definem o tipo de ocupação, cujo modo de organização do seu território assume uma forte componente rural. O concelho beirão apresenta um imponente enquadramento paisagístico, dominado por altas e majestosas serras, destacando-se a serra do Penedo, com 1043 metros de altitude, um imponente afloramento quartzítico, vulgarmente designado por Penedos de Góis.

Entre o rio e a montanha predominam ainda diversos percursos pedestres. A paisagem do território é ornamentada de casas brancas e pelas aldeias do xisto, inseridas na rede das Aldeias do Xisto (Aigra Nova, Aigra Velha, Comareira e Pena), sendo igualmente um concelho cruzado pela mítica Estrada Nacional 2, que liga Faro, no Algarve, a Chaves, em Trás-os-Montes.

Góis disponibiliza toda uma panóplia de ofertas turísticas, compreendidas entre o paraíso natural e riqueza cultural, monumentos, arqueologia, história, gastronomia, artesanato, folclore, tradição e o “saber fazer” da população local. Recentemente, o concelho foi finalista das 7 Maravilhas da Cultura Popular com a Corrida do Entrudo das Aldeias do Xisto. O concelho é geminado com a localidade de Oroso, na Galiza, em Espanha.

No âmbito da gastronomia destaca-se a Sopa de Castanhas, o Bucho Recheado, os Torresmos, a Chanfana de Cabra Velha, a Broa de Milho amarela, as Filhós, as Papas de Nabo com Sardinha Frita, o Bolo de Góis e o famoso mel serrano DOP, produzido pela abelha Apis mellifera, a partir da flora natural circundante, particularmente a urze selvagem e, em certa medida, castanheiros.

Para visitar, o concelho beirão tem a Igreja Matriz de Góis (séc. XV-XIX), o túmulo de D. Luís da Silveira, que é considerado monumento nacional, a Igreja da Misericórdia, a Capela do Castelo, a Capela do Mártir S. Sebastião (Séc. XVIII), os Paços do Concelho – antiga Casa da Quinta (séc. XVII), a Fonte do pombal (séc. XVI), a Ponte real (séc. XVI) e a Pedra Letreira, um achado arqueológico de arte rupestre.

Em agosto, realiza-se todos os anos a Concentração Internacional de Motos – já na 26.ª edição -, a segunda maior do país a seguir à de Faro.

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