Beirute, dois meses depois da explosão e sem respostas

por Guilherme Rego
Plataforma com Agências

Investigação das autoridades libanesas ainda não foi concluída e nada foi divulgado

Dezenas de pessoas assinalaram este domingo, diante das ruínas do porto de Beirute, dois meses da explosão que fez 193 mortos e mais de seis mil feridos a 4 de agosto, devastando bairros inteiros. Balões brancos nos quais estavam inscritos os nomes das vítimas foram lançados ao céu, a partir de uma avenida com vista para as ruínas do porto, relatou a AFP.

Várias canções libanesas foram transmitidas em altifalantes, incluindo a música “Li Beirut”, da libanesa Fairouz, uma das cantoras mais influentes no mundo árabe nos anos 60 e 70. Alguns dos presentes seguraram retratos das vítimas, bloqueando momentaneamente a estrada, onde a cerimónia aconteceu. 

Os cidadãos aproveitaram também o momento para demonstrar a sua raiva contra uma investigação que consideram inquinada e contra a passividade dos líderes libaneses, relatou também a AFP. Cerca de vinte pessoas já foram presas, mas as investigações prosseguem e o Líbano tem vindo a recusar propostas para uma investigação internacional.

Recorde-se que quase três mil toneladas de nitrato de amónio armazenadas no porto de Beirute explodiram causando, para além das mortes e feridos a lamentar, danos no valor de milhões de euros.

Nos últimos meses, o Líbano, para além de uma crise sanitária e política, está mergulhado numa grave crise económica, dita como a pior da história moderna no país, já que falhou pela primeira vez o pagamento da sua dívida externa, tem uma moeda local em colapso e assiste ao aumento da inflação, da pobreza e do desemprego.

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