Orcas “atacam” barcos em Portugal e Espanha

por Filipa Rodrigues
Jornal de Notícias

A 24 de agosto, um veleiro português comunicou ter sido “atacado” por duas orcas quando seguia a cerca de seis milhas da costa entre o Cabo Espichel e Cascais.

Na ocasião, o comandante da Capitania do Porto de Lisboa confirmou o “ataque”, mas considerou não haver “qualquer risco para as embarcações, face à ausência de qualquer histórico de ataques de orcas, que nesta altura estão bastante presentes na costa portuguesa”.

Três semanas volvidas, segundo relatos de vários velejadores recolhidos pelo jornal “The Guardian”, parece começar a definir-se um padrão de “ataques de orcas, aparentemente orquestrados, o que surpreendeu os cientistas.

Nos últimos dois meses, conta a publicação britânica, vários marinheiros enviaram pedidos de auxílio após encontros preocupantes com orcas, também conhecidas por baleias assassinas. O mais recente ocorreu a 11 de setembro no norte da Galiza. O iate foi atacado por uma orca e ficou sem leme. 

Um ataque solitário, diferente da maioria dos que estão a ser relatados na costa de Portugal e de Espanha, onde as orcas estão muito ativas nesta altura de ano e em movimento, de Gibraltar até ao Golfo da Biscaia.

Em julho, uma embarcação de 12 metros foi rodeada por orcas na Andaluzia. Atacaram o casco durante uma hora, contornando o barco, avariaram o motor e partiram o leme. “Pareceu totalmente orquestrado”, disse Victoria Morris, que capitaneava a embarcação. “O barulho era assustador. Batiam na quilha. Houve um eco horrível, pensei que poderiam virar o barco”, recordou. 

As orcas comunicam por silvos e costumam movimentar-se em formação. São sociáveis e interagem com as embarcações, normalmente sem causar estragos.

Estes “ataques”, aparentemente coordenados, são “muito incomuns” e “preocupantes”, segundo os peritos em vida marinha. Embora seja cedo para entender os motivos, os cientistas acreditam que isto pode indicar stress na população de orcas, que se sente ameaçada.

A orca, o maior membro da família dos golfinhos, é o segundo mamífero com maior área geográfica de distribuição no Mundo, só superado pelo homem, que consegue estar em mais sítios.

*Editada

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