China está a concluir novo campus da Universidade

por Filipa Rodrigues
Ricardino Pedro

Com unidades orgânicas em instalações dispersas pela ilha de Santiago, a Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) deverá ter as faculdades alojadas no novo campus universitário até março do próximo ano, segundo o Ministério da Educação.

Localizado na zona do Palmarejo Grande, na cidade da Praia, o novo campus da Uni-CV foi lançado em junho de 2017, pelo primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, numa obra totalmente financiada pela China, em 45 milhões de euros.

Segundo a tutela da Educação em Cabo Verde, “as obras do novo complexo estão em fase de finalização” e a entrega por parte do Governo à única universidade pública do país “será feita nos próximos meses”.  

“O que significa que as faculdades da Uni-CV poderão estar a funcionar já nas novas instalações em fevereiro/março de 2021, caso não se registem contingências inultrapassáveis devido à pandemia da covid-19”, previu a tutela, esta semana, após um encontro entre o secretário de Estado Adjunto para a Educação, Amadeu Cruz, e a reitora da Uni-CV, Judite Nascimento.  

O processo de transferência das unidades orgânicas (faculdades), atualmente a funcionar em instalações dispersas, para o novo Campus da Uni-CV, em Palmarejo Grande, foi um dos assuntos abordados na reunião, que aconteceu na cidade da Praia, onde funcionam quatro das cinco unidades da universidade. 

Além das faculdades, todos os serviços da Reitoria, atualmente a funcionar no centro histórico da Praia, o Plateau, também vão ser transferidos para o novo campus da Uni-CV.

Inauguração ainda sem data

A data da inauguração da obra não foi, entretanto, avançada, mas não vai acontecer até, pelo menos, 25 de outubro, dia das eleições autárquicas no país, já que desde 26 de agosto que os titulares de cargos públicos e entidades públicas estão proibidos de realizar cerimónias públicas de lançamento de primeiras pedras ou de inaugurações.

Em conferência de imprensa em outubro de 2018, Xu Weison, administrador-geral da empresa construtora – a Longxin Construction Group –, previu para final de junho deste ano a conclusão das obras daquela que é “a maior” infraestrutura de ensino superior em Cabo Verde. O responsável admitiu então que a obra seria entregue ao Governo no mês seguinte [julho], mas a previsão acabou por não se concretizar.

Quase 5 mil estudantes

O novo campus da Uni-CV foi projetado para acolher 4.890 estudantes e 476 professores. O complexo dispõe de 61 salas de aulas, cinco auditórios, cada um com capacidade para 150 lugares, oito salas de informática, oito salas de leitura, 34 laboratórios, um salão multiusos com capacidade para 654 pessoas, refeitórios, biblioteca, dormitórios e espaços desportivos.

Edificado pela construtora estatal chinesa Longxin Construction Group, a “nova casa” da Uni-CV pretende “responder à procura de candidatos para estudar na universidade pública, que tem crescido a mais de 30 por cento ao ano”, esperando não só atrair estudantes nacionais, como estrangeiros. 

Na altura do lançamento, o chefe do Governo disse que Cabo Verde terá um campus universitário moderno, funcional e ao nível de países mais desenvolvidos.

Nas páginas oficiais online da Uni-CV, a instituição tem estado a publicitar, nomeadamente as ofertas formativas, acompanhadas por fotos do novo complexo, salientando as “novas oportunidades” com o “novo campus”.

China apoia desde sempre

O novo campus universitário é uma das muitas obras emblemáticas financiadas e construídas pela China no âmbito da cooperação bilateral com Cabo Verde, estabelecida em 1976, no segundo ano da independência do país africano, ocorrida a 05 de julho de 1975.

Ao campus juntam-se, por exemplo, os palácios, Presidencial, do Governo e da Assembleia Nacional, a Biblioteca Nacional e o Auditório, e o Estádio Nacional, todos na cidade da Praia, além da primeira barragem do país, edificada em São Lourenço dos Órgãos, interior da ilha de Santiago.

Há ainda o projeto Cidade Segura, já executado na cidade da Praia e que está a agora a arrancar em São Vicente, seguindo depois para Sal e Boavista, a habitação social em São Vicente, a criação da Zona Económica Especial de São Vicente, além do envio regular de equipas médicas a Cabo Verde, entre muitas outras ajudas.

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