Um sargento brasileiro, detido em 2019 no aeroporto de Sevilha com 37 quilogramas de cocaína, vai cumprir a pena de seis anos de prisão em Espanha, indicou um tribunal sevilhano na quinta-feira.
Conforme relatado pelo Diário de Sevilla e confirmado à agência de notícias espanhola EFE por um dos advogados, o tribunal sevilhano aplicou o artigo 89 do Código Penal, que prevê que nas condenações por crimes graves, com penas superiores a cinco anos de prisão, possa ser exigido que a sentença seja cumprida na totalidade em Espanha.
Na quinta-feira, a justiça espanhola reafirmou a decisão de que o brasileiro terá de cumprir a totalidade da pena em Espanha e só poderá regressar ao seu país quando for libertado.
O sargento da força aérea brasileira acompanhava o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, numa deslocação ao Japão e admitiu em tribunal que transportava 37 quilogramas de cocaína na mala.
“A pessoa que me entregou [a droga] disse que o destino era a Suíça e que eu devia levá-la para a Europa”, explicou Manoel Silva Rodrigues no julgamento, acrescentando ter instruções para entregar a cocaína a uma homem desconhecido, num centro comercial espanhol.
“Tinha que ir com roupa de camuflagem, com uma camisa verde, e a outra pessoa iria reconhecer-me através de uma foto”, acrescentou Rodrigues, condenado em fevereiro a seis anos de cadeia e ao pagamento de uma multa de dois milhões de euros. O sargento está a cumprir a pena em Sevilha.
A droga foi avaliada em 1,4 milhões de euros.