“Sofro muito com a derrota e não sou muito feliz com a vitória”

por Filipa Rodrigues
Ana Tulha e Vítor Santos

Para Sérgio Conceição, a hegemonia do F. C. Porto no futebol português não merece contestação. O valor da coragem e de ser genuíno também não. Por isso, em conversa com a “Notícias Magazine”, aborda sem pudor o momento em que se queixou de falta de união nos dragões, a fumarada que a vinda de Jorge Jesus veio criar, a urgência de ter os adeptos de volta aos estádios ou os muitos disparates que são ditos nas televisões.

Mas também a vida pessoal. A experiência nas obras e na feira, a “parte negra” que a morte dos pais lhe deixou, o temperamento difícil, as noites em branco, os jantares de família em que os telemóveis são vedados. Até as muitas multas que paga por gostar de acelerar.

O Clube das 5 da Manhã”, do canadiano Robin Sharma, é o livro que anda por estes dias na mesa de cabeceira de Sérgio Conceição. É a história de uma empreendedora que revoluciona a sua vida quando começa a acordar de madrugada. Curiosamente, de há uns meses para cá, também o técnico do F. C. Porto faz questão de acordar diariamente às 6.30 horas, para correr. Por gosto, sim, para aliviar o stresse também. Fá-lo de madrugada porque não concebe a ideia de roubar à família mais tempo do que aquele que o futebol já lhe leva. Só depois segue para o Olival, que se faz casa de manhã à noite. É lá que o encontramos, depois de mais um treino vespertino. Chega sério, palavras bem medidas, a pele marcadamente morena (culpa do sol que apanha no centro de estágios, explica). Fala das corridas e da família. Pergunta, meio a sério meio a brincar, se a entrevista só durará uns dez minutos. Depressa se esquece do relógio. Ao longo de mais de uma hora, vemo-lo sisudo e austero, a personificar o inconformismo de que tanto fala, mas também sentimental, emocionado, o lado humano a querer furar o temperamento que a vida lhe colou à pele. Ou divertido, a rir com vontade, só um homem simples, de princípios fixos, a jurar amor eterno à mulher e aos filhos. Invariavelmente genuíno, sem personagens nem capas, faz questão de garantir.

Chegou ao F. C. Porto há pouco mais de três anos. Desde então, a equipa venceu uma Supertaça, dois campeonatos e uma Taça de Portugal. O F. C. Porto tem neste momento a hegemonia do futebol português?
Acho que nisso não há dúvidas. Não sou eu que o digo. São os títulos conquistados nos últimos tempos, no passado recente. Também no confronto direto com os grandes rivais o F. C. Porto tem levado a melhor. Mas obviamente que o futebol é um recomeçar constante, tanto de um jogo para o outro, como depois dos títulos que se ganham.

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