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Ramos-Horta vê na pandemia uma “oportunidade para renovar os ideais da democracia”

 Ex-Presidente timorense considera também que é essencial proteger a liberdade e fornecer esperança às pessoas

José Ramos-Horta, antigo Presidente de Timor–Leste e Nobel da Paz, foi um dos oradores convidados do Movimento Mundial pela Democracia, que esta terça-feira realizou uma conferência online sob o tema ‘Batalha de Narrativas: construção de apoio público para a renovação democrática’. O ex-líder timorense não esqueceu o momento em que vivemos, com a pandemia de Covid-19, considerando que esta crise sanitária poderá ajudar a uma renovação dos ideais da democracia.

“Durante as circunstâncias únicas que a pandemia Covid-19 impôs ao mundo, precisamos trabalhar mais do que nunca para garantir que os ideais da sociedade democrática – como liberdade de expressão, liberdade de reunião e associação, Estado de direito – são defendidos e renovados. O trabalho de redes de ativistas pela democracia e pelos direitos humanos, como o Movimento Mundial pela Democracia, é essencial para proteger as liberdades onde elas existem e fornecer esperança onde as pessoas ainda estão se esforçando para alcançá-las. Em meu próprio país, vi a importância da solidariedade global em nossa luta pela liberdade e, por isso, estou animado com a oportunidade de ajudar a manter forte o espírito de solidariedade global entre os democratas”, salientou Ramos Horta, falando depois de uma nova era.

“Não podemos deixar os demagogos traçarem o futuro da democracia. Estamos numa nova era, onde a informação chega mais rápido do que há 20, 30, 40 anos. Há agora uma demanda muito maior por direitos. Os mais jovens e as mulheres estão a exigir cada vez mais direitos. Olhando para o futuro, vejo que estamos mesmo numa nova era. Contudo, essa nova era só avançará com oportunidades e não com as mesmas estratégias de há 20, 30 ou 40 anos. Liberdade e direitos, estes têm mesmo de ser os pilares das novas democracias. Já o deveriam ter sido desde sempre, mas sabemos que muitas vezes e em muitos locais isso não aconteceu”, referiu.

Outro dos opinadores presentes foi o antigo campeão do mundo de xadrez Garry Kasparov, agora um ativista político. O russo, que habita nos EUA, fundou a Renew Democracy Initiative, uma organização americana sem fins lucrativos que promove e defende a democracia liberal, e agora defende novos ideais e novas pessoas dentro do mundo político. “A democracia tem de mudar. Ou melhor, tem de evoluir, e neste momento temos uma democracia com Parkinson, que tem tendência a degenerar se assim continuar. Temos de ter pessoas novas na política a defenderem uma democracia livre, algo que não se vê em grande parte do mundo, apesar da ideia de democracia ser de liberdade”, salientou Kasparov.

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