Início Moçambique Candidatura do filho de Dhlakama é sinal que a RENAMO não está unida

Candidatura do filho de Dhlakama é sinal que a RENAMO não está unida

Analistas defendem que o partido precisa “reunir a família” para evitar a sua fragmentação antes das eleições

Em Moçambique, a ONG Sala da Paz, ouvida pela Deutsche Welle África (DW África), considera que o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), tem em mãos mais um problema que deve levar o partido a repensar, como um todo, tendo em conta as próximas eleições, em 2024.

A polémica surgiu depois de Henriques Afonso Dhlakama, filhos do antigo presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, ter assumido publicamente ser candidato às próximas eleições presidenciais. Ainda assim, o partido mostra-se dividido quanto à candidatura, tendo já o líder Ossufo Momade afirmado que não apoia a intenção de Henriques Dhlakama.

No anúncio de candidatura na sua página no Facebook, o filho primogénito de Afonso Dhlakama – atualmente a viver em Portugal – afirma que “é candidato de todos os moçambicanos”, independentemente da sua filiação partidária, e que a sua candidatura visa evitar que o país caia “num precipício”.

O combate à pobreza, corrupção e ao desemprego, assim como a melhoria dos sistemas de educação e saúde num ambiente de paz são as bandeiras da candidatura.

O anúncio de Henriques Dhlakama chega numa altura de alguma reoganização da RENAMO. Ao mesmo tempo, depois da chegada de Momade à liderança, um grupo dissidente criou a chamada Junta Militar que ainda continua no terreno a combater contra as forças governamentais no centro do país.

Dércio Alfazema, da Sala da Paz, considera que “há necessidade de a RENAMO, neste período que corre até as próximas eleições e o período que corre da atual liderança até ao próximo congresso, reencontrar-se e trazer essas pessoas para contribuírem dentro da  estrutura e normas de funcionamento do próprio partido”.

Também o jornalista Francisco Carmona refere à DW África que o anúncio da intenção de Dhlakama em candidatar-se às presidenciais enquadra-se nos direitos dos cidadãos à liberdade de expressão e de participação política nas suas variadas formas e, por isso, vista como normal.

Carmona relembra ainda que o nome Dhlakama pesará na hora de escolher quem se apoia, ou seja, “pode ser uma espécie de balão de ensaio o que ele está a fazer. Está a testar as águas. Lançou o seu nome e, neste momento, está sentado no seu cantinho a receber toda uma carga de opinião em relação àquilo que ele lançou”.

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