Grande Prémio de Motos: sobre rodas ou na corda bamba?

por Filipa Rodrigues
Marco Carvalho

A pouco mais de dois meses do Circuito da Guia receber a 67.ª edição do Grande Prémio de Macau, o cartaz do certame continua a ser uma incógnita. Depois de a Federação Internacional do Automóvel (FIA) ter anunciado em junho o cancelamento da Taça do Mundo de GT e da etapa local da Taça do Mundo de Carros de Turismo, a atenção dos adeptos da velocidade voltou-se para o Grande Prémio de Motociclismo, mas ainda não é lícito que os pilotos das duas rodas venham a competir no traçado urbano da Guia no terceiro fim-de-semana de Novembro. E pode haver exceções ao regime de quarentena.

Pilotos contactados pelo PLATAFORMA dizem que foram sondados pela Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau sobre a disponibilidade para uma eventual participação no certame, mas o organismo coordenado por Pun Weng Kun, presidente do Instituto do Desporto, assegurou ao jornal que ainda não foi enviado qualquer convite oficial para a participação na prova.

“No que diz respeito à organização da 67.ª edição do Grande Prémio de Macau, a Comissão Organizadora sempre esteve em comunicação constante com as partes relevantes, incluindo equipas e pilotos, ao longo do corrente ano”, garantiram os responsáveis pela organização do Grande Prémio, numa resposta escrita enviada ao PLATAFORMA. 

“No entanto, a Comissão ainda não enviou qualquer convite oficial aos pilotos e atletas e um anúncio será feito quando os detalhes forem confirmados”, complementou o Instituto do Desporto, sem especificar que tipo de detalhes estão em causa.

Pilotos como o britânico Gary Johnson – que terminou a edição de 2013 do Grande Prémio de Motociclismo no patamar mais baixo do pódio – ou o português André Pires manifestaram-se disponíveis para regressar ao Circuito da Guia em Novembro, se o certame não for cancelado. “Fui contactado pela Comissão e expressei a minha disponibilidade para competir uma vez mais este ano se a corrida não for cancelada”, disse Johnson ao PLATAFORMA.

Sobre a mesa poderá estar a possibilidade de as autoridades do território isentarem pilotos, mecânicos e técnicos do cumprimento do período obrigatório de 14 dias de quarentena a que estão sujeitos os visitantes (exceto cidadãos chineses) que entram atualmente em Macau, provenientes do estrangeiro. Contactada pelo PLATAFORMA, a Comissão Organizadora do Grande Prémio não comentou a essa possibilidade.

Já o piloto português André Pires esclareceu que ter ou não de sujeitar-se a uma quarentena de 14 dias vai ditar a disponibilidade que tem para competir e não competir este ano nas curvas e contracurvas do circuito da Guia. O piloto, atual terceiro classificado no Campeonato de Velocidade português, reconheceu que competir em Macau ajudaria, de certa forma, “a salvar um ano para esquecer”. “Será muito bom se houver Grande Prémio. É a primeira prova de road racing, mesmo para os pilotos ingleses. Estamos todos desejosos”, admitiu o atleta, de Vila Pouca de Aguiar. “Recebi a documentação e a indicação que me deram é que estão a fazer tudo para conseguir organizar as corridas, mas com isto da pandemia talvez tenhamos que fazer 14 dias de quarentena. No meu caso, se tivermos de o fazer será muito complicado conseguir tantos dias livres para estar aí, até porque trabalho. As motos não são a minha vida profissional”, rematou o atleta transmontano.

O Instituto do Desporto esclareceu ainda que os trabalhos de preparação para a montagem das bancadas destinadas aos espetadores estão a decorrer normalmente, depreendendo-se, por isso, que a realização do GP de Macau prevê a presença de público nos quatro dias de corridas. 

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